O crime, a polícia e a imprensa
"Cuidado com o efeito contágio, pois ao compartilhar notícias de massacre, ou de possível atentado, seja por texto, fotos, áudios ou qualquer outro material, isso pode encorajar algum infrator a concretizar o ataque. A história nos mostra que esse é um meio de aumento de casos...
...Orientamos que os pais monitorem o que os seus filhos estão acessando e compartilhando na internet e com quem estão conversando (incluindo chats de jogos/videogame), bem como quais redes sociais eles usam e os perfis utilizados...
...Por fim, conversem com seus filhos e expliquem o perigo de compartilhar informações sem ter certeza de sua veracidade, pois poderão ser responsabilizados por ato infracional caso anunciem de forma falsa que irá ocorrer algum massacre".
O que você leu até aqui é parte do conteúdo de uma nota emitida pela Polícia Civil do Paraná a propósito dos constantes boatos sobre ameaças a escolas e estudantes desde o trágico episódio ocorrido no último dia 5, em Blumenau (SC), onde quatro crianças foram mortas a golpes de machadinha por alguém que, fosse em um país com leis rigorosas, talvez já estivesse morto "para o bem da sociedade".
Pena que tal alerta não seja extensivo à imprensa e igualmente às autoridades policiais que fazem uso dela para se popularizar e, com isso, alcançar com mais facilidade mandatos eletivos nos quais, via de regra, cumprem papel pífio.
Muitas dessas tragédias (não todas) poderiam ser evitadas se não fosse permitido a muitos cronistas policiais e aos veículos que eles representam transformar a desgraça alheia em espetáculo para deleite dos apreciadores da morbidez, que não são poucos. (Foto: Reprodução Twitter)