Palestra sobre esporotricose animal é realizada no auditório da Univel
A primeira etapa do circuito de treinamento sobre a esporotricose animal foi realizada pelo (CRMV) Conselho Regional de Medicina Veterinária com recomendação do Ministério da Saúde, no mês de março, em Cascavel, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Palotina, Londrina, Maringá, Guarapuava e Curitiba
De acordo com o coordenador do curso de medicina veterinária da Univel, Paulo Figueira, a esporotricose é uma doença fúngica que acomete humanos e animais, principalmente os gatos, ela se espalha por feridas e lesões na pele. "Essa doença é mais comum em gatos porque eles costumam se arranhar, desta forma, a transmissão ocorre pelos machucados. Ele é um fungo zoonótico, é transmissível em humanos e possui quatro fases, passando do nível leve até o grave que pode levar o paciente a óbito", comenta.
Por conta da gravidade e disseminação é necessário criar campanhas de conscientização e enfrentamento da esporotricose. "É uma doença de grande repercussão, por conta disso o Ministério da Saúde recomendou que esse treinamento fosse ministrado para que os médicos veterinários, acadêmicos e profissionais da saúde recebessem orientações de como prevenir essa zoonose, antes que ela se alastre", afirma Paulo.
O evento foi promovido pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz e a Secretaria da Saúde do Paraná. Em Cascavel o circuito foi realizado, no dia 22 de março, no auditório da Univel, e reuniu mais de 300 pessoas.
De acordo com o médico veterinário e secretário geral do CRMV-PR, Leonardo Nápoli, grande número de casos estão concentrados na região Oeste do Paraná, desta maneira a imersão no assunto se torna de extrema importância, pois a doença tem avançado em diversos estados brasileiros."É necessário integrar os profissionais dos setores públicos e privados, de nível federal, estadual e municipal, para criarmos uma política de enfrentamento e trabalhar no sentido de aplicar a saúde única no aspecto da relação entre animal, meio ambiente e ser humano", comenta.
De 2022 até o momento o Setor de Zoonoses da Vigilância em Saúde Ambiental da Secretaria de Saúde de Cascavel confirmou sete casos em gatos e um em humano, além de dois casos suspeitos em animais e um em humano. Conforme o médico veterinário do setor, Luís Eduardo da Silveira Delgado, é necessário levar orientações sobre prevenção, diagnóstico e tratamento da doença.
Segundo Paulo Abílio Varella Lisboa, pesquisador ICTB/FIOCRUZ, coordenador do programa de saúde única da FIOCRUZ e presidente da Comissão de Saúde Única do CRMV-RJ, dos palestrantes comenta que o treinamento é importante, para o enfrentamento, conscientização e para criação de ações preventivas, a fim de evitar a disseminação da zoonose no Paraná. "Essa é uma ação inédita aqui no Brasil, são poucas as organizações que conseguem trabalhar esse modelo preventivo. Estamos de parabéns, futuramente essa ação será traduzida em menos casos", afirma.
Para Roselaine Oliveira de Souza Langer, Chefe da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, o evento se torna importante, pois a esporotricose é uma doença grave de interface com vários setores. "Essa integração é fundamental para que possamos enfrentar a doença no Paraná, e a Sesa por meio da Coordenação de Vigilância Ambiental e da Divisão de Zoonoses, se alegra em poder fazer parcerias e nesta união de esforços enfrentar essa doença de forma tranquila e segura", comenta. Além de atentar-se aos protocolos de prevenção e diagnóstico da doença é necessário notificar os casos suspeitos para que medidas de enfrentamento sejam desenvolvidas. Os casos suspeitos podem ser informados no setor de zoonoses de cada cidade.