Show Pecuário abre espaço também para a piscicultura
Para continuar mantendo o alto crescimento do consumo de pescados no Brasil, é preciso investir em qualidade. Para atingir as exigências dos consumidores, é preciso um trabalho unificado entre indústria e piscicultores. A afirmação é de Marcelo Pauvels, assessor comercial da Copacol, maior empresa produtora de tilápias da América do Sul, com 30 mil toneladas/ano, durante sua palestra sobre perspectivas de mercado na piscicultura realizada nesta quinta-feira (26), no Show Pecuário 2018.
Antes de chegar à parte comercial, Pauvels traçou um panorama global da produção de tilápia. No mundo, o Brasil está em 4º lugar e o Paraná é o 1º do País na produção desse peixe de origem egípcia.
Apesar de o Brasil passar por um período de consumo baixo de proteína animal em geral, devido à Operação Carne Fraca e à greve dos caminhoneiros, Marcelo acredita que haverá recuperação neste segundo semestre. "Desde que tenhamos qualidade. Quem compra está cada vez mais exigente e já cria uma fidelidade à marca. Por isso precisamos manter a qualidade sempre alta. Todos os anos o consumo em pescados de cultivo (tilápia, pintado e tambaqui) crescem em média 15%. Para a tilápia continuar junto, ela precisa ser excelente", observou.
MANEJO
Gelson Hein, coordenador regional da Emater de Toledo, deu uma aula sobre manejo da criação de tilápias e passou uma visão geral da cadeia de produção de peixes, dos gargalos, dos problemas enfrentados e também das potencialidades.
Sobre os gargalos, ele disse que a cadeia deve estar mais organizada na base de produção. "Oscilações de preços que chegam ao consumidor final com valores altos, a qualidade final do produto que não depende apenas do piscicultor, mas também do processamento final da indústria, são pontos que precisam ser mais discutidos", analisou.
Um dos caminhos, segundo ele, é promover uma estruturação de todo o processo da cadeia produtiva, que virá a possibilitar a redução do preço final para o consumidor, uma vez que a proteína do peixe é bem mais cara que o frango e o suíno. "No entanto, isso é uma estratégia de médio a longo prazo". (Foto: Pedro Sarolli)