Os nomes dos demais integrantes da nova diretoria da Itaipu serão anunciados  "em breve", limitou-se a dizer Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (16), ao dar posse ao agora ex-deputado federal Enio Verri como diretor-geral brasileiro da binacional. O presidente da República admitiu que essa definição ainda não aconteceu  "por um erro meu", fazendo alusão ao fato de ter discutido o assunto ainda no dia anterior com o ministro Alexandre Silveira.

Dirigindo-se a Verri, Lula disse que ele assume com a responsabilidade de  "colher resultados não só para Itaipu, como representante do Brasil, para contribuição para a sociedade brasileira", e observou que  "hoje temos uma quantidade de pessoas passando necessidade que não é possível admitir mais". Momentos antes  seu discurso havia  sido interrompido por uma  criança com a pergunta "já caiu o preço da picanha?", e ele respondeu que ela ainda vai baixar, "mas é preciso esperar".

O presidente da República também buscou reforçar uma mensagem de cooperação entre os países da América Latina e do Brasil como líder e potência econômica da região, além do seu papel como promotor da integração regional.  "O tratado de Itaipu é uma prova de que podemos estabelecer acordos binacionais. Eu fui o presidente que mais visitou o Paraguai. Brigas e divergências permitiram avançar no acordo com o Paraguai. Empresários me criticam por que estamos atraindo empresas paraguaias, mas não é possível imaginar um país rico cercado de países pobres. É preciso aprimorar a nossa política de relação externa", afirmou, defendendo a reorganização da Unasul (União de Nações Sul-Americanas).

E dirigindo-se ao presidente paraguaio Mario Abdo Benitez, também presente à solenidade, Lula garantiu que o Brasil fará uma negociação que privilegie a manutenção de  "uma relação harmoniosa com o Paraguai".

Por sua vez, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a revisão do tratado  "fortalecerá os laços de parceria entre brasileiros e paraguaios, com o olhar cada vez mais claro não só para as necessidades energéticas e comerciais, mas também para a melhor destinação de recursos para a população que mais necessita".

A PALAVRA DE VERRI

"Há quem prefira abordar a energia somente pelo lado da economia, um insumo essencial do desenvolvimento, o que é rigorosamente verdadeiro. Porém, prefiro ressaltar a dimensão social da energia. A universalização do acesso é condição habilitante a uma cidadania plena do século XXI", disse Enio Verri em seu discurso de posse.  "Queremos energia para todos os brasileiros e brasileiras. É um direito básico e o Estado tem a obrigação de garantir", acrescentou.

"Desde que fui convidado para este cargo, tenho sido questionado sobre a viabilidade de ampliar a atuação de Itaipu. Tenho dito que o esforço para erguer esta obra e pagar a imensa dívida de sua construção foi assumido por todos os consumidores. Portanto, me parece justo que seus benefícios também sejam estendidos, seja garantindo energia elétrica e motricidade da tarifa, seja por meio de investimentos em projetos de infraestrutura e programas que beneficiem prioritariamente o estado do Paraná", enfatizou.

Compareceram à solenidade ainda a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, que foi funcionária da Itaipu por muitos anos; o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira;o chefe da Casa Civil, ministro Rui Costa; o chanceler Mauro Vieira; a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann; o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu; o governador em exercício do Paraná, Darci Piana; e o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano, dentre outras autoridades. (Foto: Divulgação Itaipu)