Velhos conhecidos devem integrar diretoria da Itaipu
"A Itaipu terá diretorias ligadas aos vários partidos. Claro, o partido indica, no meu caso eu aprovo ou não o currículo da pessoa indicada e, se essa pessoa não preencher os requisitos, é claro que o partido irá indicar outro ou uma outra profissional para ocupar a vaga. Então, o meu papel é de análise, vamos chamar assim, de análise técnica. Mas análise das indicações, isto é uma determinação que o presidente nos impôs, e a última palavra é dele".
Essa afirmação, feita em entrevista exclusiva à RPC o deputado federal maringaense Enio Verri, nomeado na sexta-feira passada por Luiz Inácio Lula da Silva para comandar a fatia brasileira da Itaipu, passa a ideia de que a nova diretoria da binacional ainda não está inteiramente definida, muito embora o presidente da República deva vir a Foz do Iguaçu nesta quinta-feira (16) para empossá-la.
Mas pode não ser bem assim, conforme o blog do jornalista curitibano Esmael Morais, que é muito bem informado sobre o que acontece na política paranaense e umbilicalmente ligado ao grupo do ex-governador Roberto Requião, uma das estrelas do PT no Estado desde março do ano passado, quando este deixou o MDB para concorrer à sucessão de Ratinho Junior dobrando com Lula.
Fontes ouvidas pelo Alerta Paraná confirmaram que, de fato, o critério técnico está sendo usado na escolha dos nomes, e que ao menos um indicado teria sido descartado justamente por esse motivo, mas que o critério político também tem pesado, e muito - o que, diga-se de passagem, ocorre desde que a Itaipu passou a existir. Nessa soma de critérios, os novos diretores já estariam definidos, ou quase, e são todos figuras conhecidas do cenário político paranaense.
QUEM SÃO
Elton Welter, suplente de deputado federal por Toledo, está embarcando nesta segunda (13) a Brasília para assumir a cadeira de Enio Verri, cuja renúncia ao mandato eletivo é condição indispensável para que possa assumir a direção-geral brasileira da Itaipu. E seu nome para o cargo já está oficializado desde semana passada. Mas em sua vinda à tríplice fronteira, Lula deverá empossar também os outros quadro diretores que ficarão responsáveis junto com Verri pelos destinos da binacional.
Para a Diretoria Financeira o nome mais cotado é o de Pedro Guerra. Filiado ao PSD, ele assumiu provisoriamente o mandato de deputado federal com apenas 32 anos diante de um pedido de licença de Cida Borghetti em meados de 2013 e é filho de uma figura das mais conhecidas da política paranaense: o ex-ministro Alceni Guerra.
Um nome dado como certo há um bom tempo para a Diretoria Jurídica é o de Luiz Fernando Delazari, que foi secretário da Segurança Pública do Governo Roberto Requião e integrante da equipe jurídica do ex-governador durante a campanha eleitoral do ano passado. Delazari, vale lembrar, gerou grande polêmica entre o empresariado cascavelense quando, na condição de secretário estadual, esteve na Acic e, ao ser convocado a registrar sua presença na casa, assinou o livro com o nome de Roberto Carlos.
Outro praticamente garantido é o de Carlos Carboni, militante do PT, ex-vice-prefeito de Capanema e ex-chefe de gabinete da Casa Civil do Governo Dilma Rousseff, quando a ministra era Gleisi Hoffmann. Ele deverá ocupar a Diretoria de Coordenação.
Já para o comando da fundação PTI (Parque Tecnológico de Itaipu), braço muito importante da binacional, é dado como quase certo o nome de Irineu Colombo. Nascido em Medianeira, ele foi vereador, deputado estadual, deputado federal (função na qual foi relator geral da lei que criou o Prouni) e reitor do IFPR (Instituto Federal do Paraná). Professor de profissão, tem em seu currículo a Medalha Nilo Peçanha, condecoração dada pelo Ministério da Educação a personalidades que prestam relevantes serviços à educação profissional e tecnológica. (Fotos: Reprodução Blog do Esmael)