Oferta generosa e fácil de crédito destinado aos MEIs (Microempreendedores Individuais) pode ser golpe. Os empresários devem desconfiar ao serem abordados por supostos funcionários de instituições financeiras se propondo a facilitar o acesso a empréstimos. É comum que, além de pagar falsas taxas para liberar o dinheiro, as vítimas disponibilizem aos golpistas informações pessoais que podem resultar em mais fraudes em seu nome.

Esse alerta está sendo feito pela Amic PR (Associação de Micro e Pequenas Empresas do Paraná). De acordo com o presidente da entidade, Jovane Borges, outra característica do golpe é a utilização de nomes de contadores.  "Os criminosos exigem a Decore [Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos] para que a vítima possa comprovar a sua renda, então indicam outro membro da quadrilha que se possa por contador para gerar o documento e dar andamento no trâmite para o empréstimo", relata Jovane. Após obter os dados que lhes interessa, os estelionatários simplesmente desaparecem.

Jovane acrescenta que foi a partir da pandemia que esse tipo de golpe começou a se intensificar.  "As facilidades para adquirir crédito em um momento de crise e a popularização da comunicação entre instituições financeiras com clientes por meios digitais agravaram a situação", alerta, acrescentando que ao ser procurado, o empreendedor deve manter contato imediato com a instituição bancária para se certificar se isso procede ou não.

"Não se deve fornecer dados pessoais, documentos, fotos, senhas e números de cartão, nem acessar links enviados por SMS e WhatsApp, pois instituições bancárias não costumam solicitar cadastro ou códigos por esses meios com a finalidade de fazer empréstimos", conclui o presidente.

Outra dica é sempre ativar o fator de dupla verificação das redes sociais e não realizar qualquer pagamento de taxa para liberação de crédito, pois não é assim que as instituições financeiras procedem.

OUTROS GOLPES

Ao se cadastrar como empreendedor individual é comum que a pessoa receba inúmeros e-mails e até mensagens de WhatsApp cobrando, por exemplo, uma anuidade de associação, seja ela comercial ou empresarial. No entanto, isso deve ser ignorado, pois a associação não é obrigatória, tampouco o pagamento de eventuais taxas.

Outro golpe bastante relatado, de acordo com Jovane Borges, é a cobrança de um CNDE (Cadastramento Nacional de Empresa) no valor de R$ 97.  "Os golpistas usam o argumento de que se o contribuinte não pagar, poderá ter o CNPJ cancelado. É preciso esclarecer que as obrigações do MEI são o pagamento da DAS [Documento de Arrecadação do Simples Nacional], todos os meses, e a declaração anual de faturamento".

Há outra fraude em que os golpistas usam o nome de prefeituras para informar que o pagamento da DAS só pode ser feita através de PIX, com desconto na conta de energia. Isso também não procede.