Deral projeta queda de 6 milhões de ton. na safra paranaense de grãos
O clima seco que persiste sobre o Paraná já reduziu a safra de grãos em pelo menos 14% este ano, comparado com o mesmo período do ano passado. São quase seis milhões de toneladas a menos que estão deixando de ser colhidas, principalmente de feijão, milho da segunda safra e trigo.
A situação de falta de chuvas se agravou desde meados de junho, prejudicando as principais culturas que estão em campo. Só o milho da segunda safra aponta para uma quebra de 30%. A redução na oferta dos grãos já está impactando nos preços de comercialização.
Por conta disso, o mais novo levantamento mensal do Deral (Departamento de Economia Rural) apontou que a safra total de grãos, considerando a principal que é a de verão, mais a segunda safra e a safra de inverno 2017/18, deverá apresentar uma produção de 35,8 milhões de toneladas, contra um volume de 41,7 milhões de toneladas colhidas no período anterior - 2016/17.
Segundo o diretor do Deral, Marcelo Garrido, as perdas só não são maiores porque o produtor paranaense investe em tecnologia, com boas sementes, segue as orientações do zoneamento climático, faz o acompanhamento sobre a incidência de pragas, que são fatores redutores dos impactos da falta de chuvas sobre as lavouras.
Para o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, George Hiraiwa, infelizmente não está sendo um bom ano para o agricultor, que ainda está sofrendo as consequências da greve dos caminhoneiros, que provocou aumento nos custos de produção. "Essa situação está sendo agravada, agora pela falta de chuvas, o que está testando nossa resiliência", disse.
SOJA
A colheita da soja, já encerrada, rendeu um volume de 19,1 milhões de toneladas, 4% a menos que no ano passado, quando foram colhidas 19,8 milhões de toneladas. Foi a segunda maior safra da história.
MILHO
O milho da segunda safra, ainda no campo, é o que apresenta mais problemas em decorrência do período de estiagem que afeta o Paraná há cerca de 40 dias. A cultura já havia sofrido também com a falta de chuva entre os meses de abril e maio, que prejudicou o período de floração e frutificação.
De acordo com o analista do Deral, Edmar Gervásio, está se consolidando uma redução de 30% em comparação com igual período do ano passado. Em 2017 foram colhidas 13,3 milhões de toneladas e este ano serão colhidas 9,3 milhões de toneladas, 4 milhões a menos, devido à redução de 13% na área plantada e à queda na produtividade das lavouras.
FEIJÃO
O feijão de segunda safra foi outro produto que sofreu com os rigores da estiagem. A cultura já está toda colhida e o levantamento aponta a redução de 30% na safra. Segundo o Deral, havia uma estimativa de colheita de 377.400 toneladas, mas foram colhidas 264.015 toneladas.
TRIGO
O comportamento das lavouras de trigo, ainda no campo, também indica queda na produção por causa do clima seco. Segundo o Deral, cerca de 40% das lavouras não estão em boas condições. A perda estimada em relação ao projetado inicialmente é de 9%. Por conta do aumento da área de plantio, no entanto, o Estado deverá colher 3,1 milhões de toneladas, 40% a mais do volume colhido no mesmo período do ano passado, que totalizou 2,2 milhões de toneladas. "É que no ano passado as lavouras de trigo tiveram um péssimo desempenho", disse o analista. (Foto: ANPR)