Congresso torra fortuna com mudanças fantasmas
A quarta-feira de cinzas amanheceu com ares de velório não só pelo fim do Carnaval, mas também por conta de mais uma maracutaia de deixar os pagadores de impostos indignados. Órgãos de imprensa do País todo estão repercutindo um gasto extra superior a R$ 40 milhões do Congresso Nacional para bancar o que alguns definem como "mudanças fantasmas" de parlamentares neste início de legislatura.
De acordo com o noticiário, quase todos os 27 senadores e 513 deputados federais eleitos ou reeleitos em outubro passado, bem como os que encerraram seus mandatos em 31 de janeiro, já receberam ou irão receber R$ 39,3 mil brutos a título de ajuda de custo para se mudar de suas cidades de origem para Brasília, ou vice-versa.
De acordo com a Folha de São Paulo, "desse montante, cinco senadores e cerca de 280 deputados federais reeleitos receberam ou receberão duas cotas da verba-mudança: uma referente ao fim da legislatura passada e outra pelo início da atual, totalizando R$ 78,6 mil extras no começo deste ano". E mais: os recursos são disponibilizados até mesmo para congressistas eleitos pelo Distrito Federal, que moram a algumas quadras do Congresso.
Esse benefício é chamado de ajuda de custo e está amparado no Decreto Legislativo 172/2022, que estabelece a destinação de um salário extra (R$ 39,3 mil) aos parlamentares no início e no final do mandato. A lista dos reeleitos que vão embolsar quase R$ 80 mil extras parlamentares conta com nomes como o de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Arthur Lira (PP-AL) e Zeca Dirceu (PT-PR).
A Folha informa que enviou perguntas por email sobre o tema aos gabinetes dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas que não obteve retorno de nenhum dos dois. (Foto: Ag. Senado)