O Carnaval 2023 ficou para trás, mas deixou como herança algumas coisas que não podem ser simplesmente ignoradas. A começar pelo permissivismo a cada edição mais chocante a transformar o corpo humano em mercadoria e as ruas e os salões em prateleiras sodomitas que, invariavelmente, terminam em uma quantidade de crimes bárbaros muitas vezes maior que em qualquer outra época do ano.

Mas neste breve comentário vamos nos ater apenas ao lado político de mais este período de folia. E não me refiro aos beijos na boca trocados em público pelos agora novamente enamorados Gleisi Hoffmann e Lindberg Farias, que, para alegria de alguns, dor de cotovelo de outros e, sobretudo, pela inutilidade do ponto de vista do interesse público acabou viralizando nas redes sociais.

Refiro-me aos ataques insanos e de completa ausência de humanismo de radicais contra o agora governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, até outro dia cortejado pelo coletivo todo de bolsonaristas, mas que durante o feriadão foi execrado por um bando de radicais xiitas pelo simples fato de ter selado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma parceria entre Estado e União para minimizar o drama das famílias atingidas por mais uma tragédia provocada pela chuvarada no Norte de São Paulo.

Repugnante, ao contrário do que vários desprovidos de amor ao próximo rotularam tal encontro, é saber que 48 corpos já foram resgatados e que há ao menos 57 desaparecidos, o que fatalmente elevará o número de mortos para mais de uma centena, e ainda assim ver gente usando a internet como ferramenta para disseminar o desamor ao próximo, tal qual abutres farejando carniça. (Foto: Cristiane Batista/Governo SP)