Um mês depois, 939 radicais continuam presos em Brasília
O dia 8 de janeiro passado foi a data mais emblemática do radicalismo que tomou conta da política brasileira às vésperas da eleição do ano passado. Na ocasião, centenas de manifestantes ocuparam e depredaram as sedes dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) em Brasília, o que levou à prisão de quase 1.400 pessoas.
Passado exatamente um mês desse triste episódio, 939 manifestantes radicais seguem atrás das grades: 920 no Complexo Penitenciário da Papuda e na Penitenciária Feminina do DF e 19 no Batalhão da PM, dentre eles 306 mulheres. Outros 459 foram liberados e já puderam retornar para casa.
Acusados de negligenciar, o governador Ibaneis Rocha segue afastado do cargo e o ex-ministro de Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, continua preso. Na casa de Torres foi encontrado o rascunho de um decreto presidencial para que fosse estabelecido o estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral, primeiro passo para a anulação das eleições de outubro do ano passado.
REPARAÇÃO
Para garantir que os responsáveis pelo quebra-quebra no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no STF reparem os prejuízos ao patrimônio público, a Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 18,5 milhões em bens patrimoniais de pessoas e empresas investigadas por supostamente terem ajudado a financiar os ataques de 8 de janeiro.
O valor bloqueado cautelarmente atende a um pedido da Advocacia-Geral da União, que ontem (7) pediu a elevação do montante para R$ 20,7 milhões diante de um novo levantamento atestando que os prejuízos na Câmara dos Deputados chegaram a R$ 3,3 milhões e não a R$ 1,1 milhão como havia sido estimado inicialmente. (Foto: Marcelo Camargo/AGBR)