Grupo teria tentado fraudar Vestibular 2023 da Unioeste
Por meio de nota postada em seu site no início da tarde desta segunda-feira (6), o Ministério Público do Estado do Paraná anunciou a prisão, pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), de um professor de cursinho durante o Vestibular 2023 do dia anterior da Unioeste. A ação foi desenvolvida em Curitiba.
Além desse mandado de prisão foram cumpridos dois outros de busca e apreensão emitidos ao término de investigação iniciada em dezembro do ano passado, a partir de uma representação formulada pela reitoria da Universidade Estadual de Ponta Grossa, que verificou uma possível tentativa de fraude no vestibular da instituição por meio da utilização de aparelho de telefone celular para transmissão das questões - na oportunidade, o candidato foi desclassificado.
No curso das apurações, segundo o MP, ficou demonstrado que o suspeito preso ontem é professor de um cursinho preparatório para vestibular em Irati e que já havia tentado a mesma fraude outras vezes. Verificou-se ainda que ele estava inscrito para o vestibular da Unioeste, cuja prova prestou efetivamente na capital do Estado.
Expedidas pela Vara Criminal de Irati, as ordens judiciais foram cumpridas em endereços residenciais de Irati e Ponta Grossa, além de Curitiba. Foram apreendidos documentos, telefones celulares e computadores também pertencentes a outras pessoas. Com o professor, foram encontrados um telefone celular, um ponto eletrônico e um microfone oculto em uma tampa de caneta.
"Com base nos elementos identificados, o Ministério Público dará prosseguimento à investigação, identificando eventuais outros integrantes do grupo e possíveis candidatos que se beneficiaram com o esquema fraudulento. As instituições de ensino lesadas com a conduta da organização serão comunicadas para que possam tomar as providências que entenderem cabíveis", disse o MP em nota.
COLABORAÇÃO
Por meio de nota emitida mais tarde, a reitoria da Unioeste, com sede em Cascavel, afirmou ter dado todo apoio "para que os policiais pudessem atuar durante as provas sem chamar nenhuma atenção e, principalmente, sem prejudicar o andamento do processo para os demais candidatos".
"Cabe salientar que a não identificação na entrada do local de prova dos objetos encontrados com o referido candidato/investigado foi previamente planejada e acertada pela Unioeste com os profissionais que atuaram na operação, pois do contrário ela não teria o fim esperado".
"Por fim, reafirmando nosso compromisso de atuar seguindo os princípios da isonomia e primando pelo interesse público em todas as nossas ações, estaremos atentos e acompanhando os desdobramentos da operação, sempre colaborando contra toda e qualquer ação que possa descredibilizar este processo sério e responsável que é o Vestibular Unioeste", finaliza a nota. (Foto: Divulgação Gaeco)