Indígenas de Nova Laranjeiras conhecem projeto da Ferroeste
A Escola Indígena Professor Candoca foi o local escolhido pela comunidade da Terra Indígena Rio das Cobras para acompanhar o resultado do estudo que avalia o impacto ambiental e social da implantação da Nova Ferroeste na região. A comunidade fica em Nova Laranjeiras, município distante menos de 130 km de Cascavel e incluído no traçado da ferrovia que ligará Maracaju (MS) a Paranaguá.
Os líderes das 11 aldeias e o cacique participarram de encontro com representantes do Governo do Paraná e profissionais da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) e a conversa foi conduzida por funcionários da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) de Brasília e de Guarapuava. A equipe do governo estadual e economistas, cientistas sociais, antropólogos e biólogos que conduziram o estudo de impacto na região apresentaram detalhes das obras.
A Terra Indígena Rio das Cobras teve início como se configura atualmente em 1913 com a doação de áreas pelo Governo do Paraná. Atualmente 3.200 pessoas vivem na área, de 19 mil hectares, que abriga indígenas das etnias Kaingang e Guarani.
Especialistas da Fipe realizaram atividades intensas na aldeia nos últimos anos, com visitas técnicas, entrevistas e oficinas para avaliar o impacto da ferrovia. O trabalho é uma das etapas do Estudo de Impacto Ambiental do projeto. De acordo com o estudo, no entanto, a interferência em quase todos os aspetos será bem pequena. Ainda assim foram propostos 23 programas de controle e monitoramento em todas essas frentes, inclusive de promoção do desenvolvimento econômico.
O cacique Angelo Rufino afirmou que o trabalho levou em consideração os anseios dos moradores. "Todos foram chamados e ouvidos, isso foi muito importante para as pessoas que estão aqui. Todas as aldeias vão ficar contentes", disse. " A comunidade tem convivência com o trem que passa perto do limite da nossa região, sempre escutamos o barulho. Esses programas apresentados contemplaram a nossa cultura, a nossa tradição do artesanato, o resultado foi como a gente esperava", explicou. (Foto: Divulgação)