A bandidagem não dá trégua
O leitor certamente ouviu um rosário de argumentos favoráveis ao Estatuto do Desarmamento sancionado por Luiz Inácio Lula da Silva em 2003, e outro rosário de argumentos favoráveis à liberação ampla da posse e do porte de armas pelos vários decretos assinados por Jair Bolsonaro mais recentemente e agora anulados pelo ex e novo presidente.
Talvez fosse o caso de apagar isso tudo da memória, pois algumas poucas argumentações de lado a lado tiveram o devido embasamento, mas a ampla maioria não passou mesmo de "conversa pra boi dormir" e por isso, claro, não se configurou na prática. Resultado: até prova em contrário, esse debate literalmente explovivo e com fundamento basicamente político em nada mudou o cenário da segurança pública brasileira, que continua bem aquém do que exigem e merecem as ditas "pessoas de bem".
Prova disso é que a bandidagem segue agindo como se absolutamente nada tivesse mudado, nem lá atrás, nem mais recentemente, a despeito de a polícia seguir fazendo o possível para reinstituir uma ordem que insiste em permanecer fora de ordem, às vezes dando tiro n’água, às vezes cumprindo seu papel com louvores.
Tiro n’água como o episódio de ontem (18), em Cascavel, que recebeu o Esquadrão Antibombas vindo de Curitiba, de avião e a um custo nada modesto, para apreender um simulacro de bomba visivelmente de plástico, mas que a própria PM supôs tratar-se de um artefato capaz de mandar para os ares tudo que estava próxima dela.
E cumprindo seu papel como na apreensão recorde de armas feita na madrugada de hoje (19) pela Polícia Rodoviária Estadual do Paraná, que encontrou em dois caminhões com placas paraguaias nada menos que 125 pistolas, 10 fuzis, 24 espingardas calibre 12 e 3 revólveres escondidos em meio a cargas de arroz.
Com armas ou sem armas, continuamos com o apelo de sempre: que Deus nos proteja! (Foto: Divulgação PRE)