Nem todo mundo saiu perdendo com a tentativa de criar um clima favorável para que as Forças Armadas assumissem o comando do País e impedissem a continuidade do recém-iniciado governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Cumprindo determinação de Gilmar Mendes, a Penitenciária Feminina de Brasília esgotou seu estoque de tornozeleiras eletrônicas e mandou para o regime semiaberto 85 condenadas a fim de abrir espaço para que a unidade pudesse abrigar todas as 513 mulheres presas acusadas de participar do ataque do último dia 8 nas sedes dos três poderes.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) tomou tal decisão atendendo a um pedido da Defensoria Pública do Distrito Federal, cuja argumentação aponta para  "ofensa à Súmula Vinculante 56, que determina o cumprimento de pena privativa de liberdade em estabelecimento digno e adequado ao regime", devido ao aumento repentino da população carcerária da unidade.

Tal medida foi tomada, a princípio, por um prazo de 90 dias, mas pode ser revogada a qualquer tempo em caso de descumprimento do benefício por parte das beneficiárias ou da liberação de parte das manifestantes que hoje superlotam o presídio. (Foto: Arquivo AGBR)