Ex-ministro volta ao Brasil e é preso no aeroporto pela PF
Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça do Governo Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, desembarcou no início da manhã deste sábado (14) no aeroporto de Brasília e, conforme era previsto, foi preso lá mesmo pela Polícia Federal em cumprimento a determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
A suspeita é de que ele, que viajou de férias para os Estados Unidos na véspera dos ataques do último domingo (8), mesmo tendo informações de que o cenário era favorável aos atos que levaram à depredação dos prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do próprio Supremo, tenha sido no mínimo negligente.
O ex-ministro estava em Miami e comprou sua passagem de volta às pressas, após tomar conhecimento de que o Ministério da Justiça pediria a sua extradição, mas usando apenas os dois primeiros nomes: Anderson Gustavo.
Ele foi nomeado secretário de Segurança do Distrito Federal logo após deixar o ministério, no fim do Governo Jair Bolsonaro, e demitido pelo agora governador afastado Ibaneis Rocha no dia seguinte ao quebra-quebra em Brasília.
Torres nem teve tempo de se manifestar publicamente ao desembarcar em Brasília, mas quando ainda estava nos EUA postou mensagem nas redes sociais sobre o assunto. "Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos", escreveu.
No entanto, sua situação se complicou sobremaneira depois disso, quando a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão em sua casa e lá encontrou uma minuta de um decreto para intervir no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e não reconhecer o resultado da eleição de outubro passado. (Foto: AGBR)