Congresso internacional debate acolhimento familiar em Cascavel
Cascavel está sediando desde ontem, e com programação que vai até quarta-feira, no Anfiteatro Emir Sfair, o 2º Congresso Internacional de Acolhimento Familiar, aberto com a presença de várias autoridades que foram recepcionadas pelo prefeito Leonaldo Paranhos;
Durante o ato de abertura, o chefe do Executivo lembrou à mesa de honra e aos participantes do encontro, que "o sonho de todo prefeito é ter uma cidade justa", com boas obras, renda horizontal, boas atrações para a população etc. "E eu tenho que agradecer a Deus pela oportunidade de ser prefeito neste momento, e encontrar aqui uma cidade que é referência em acolhimento familiar".
Paranhos reconheceu o pioneirismo do juiz Sérgio Kreuz, que plantou a semente ainda em 2006 para que o programa fosse implantado e agradeceu o empenho, o desprendimento e o exemplo das famílias que aceitam o desafio de ingressar neste programa, que conta já contabiliza 163 famílias acolhedoras e 253 crianças, adolescentes e jovens acolhidos.
Sem isso essas pessoas estariam vivendo em abrigos, observou Kreus, manifestando alegria em voltar a Cascavel para um evento dessa magnitude. Ele lembrou que a participação de toda a rede de proteção é fundamental para garantir o sucesso do serviço que apresenta resultados superiores aos imaginados no início.
Também participaram da abertura a coordenadora da Proteção Social do Estado, Juliane Santos; o desembargador Mário Helton Jorge, corregedor de Justiça do Paraná; o juiz da Vara da Infância e Adolescência de Cascavel, Fabrício Mussi, entre outras autoridades locais, estaduais e internacionais. A palestra inaugural versou sobre "O acolhimento familiar de crianças e jovens em Portugal: conceitos, práticas e desafios",
proferida pelo professor na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto/Portugal, João Paulo Ferreira Delgado.
O QUE É
O acolhimento familiar é uma medida protetiva, temporária e excepcional, prevista em lei pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Funciona como uma alternativa ao acolhimento institucional (abrigos e casas lares) para crianças e adolescentes com idade até 21 anos que se encontrem em situação de risco social e que estão afastados de suas famílias de origem por decisão judicial.
O acolhimento ocorre quando há uma transferência temporária dos direitos e deveres parentais dos pais biológicos para uma família acolhedora, previamente cadastrada, selecionada e vinculada a um programa, depois de passar por capacitação e, ainda assim, recebe acompanhamento dos serviços de apoio do Município.
Em Cascavel o investimentos anual feito pelo Município neste serviço chega a R$ 4 milhões. Mensalmente, o Estado repassa R$ 20 mil e a União R$ 40 mil como suporte. O restante do valor é proveniente de recursos próprios do Município. A bolsa auxílio equivale a cerca de R$ 900 por acolhido e uma bolsa e meia em casos de necessidades especiais. "É um serviço exemplar, que a cada dia é mais aprimorado, resultado de uma construção coletiva que Cascavel orgulha-se em ser referência", destaca o secretário de Assistência Social, Hudson Moreschi Júnior. (Foto: Secom)