Lula decreta intervenção no governo do Distrito Federal
Atendendo a sugestões de ministros do STF e de parlamentares da base aliada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou intervenção federal no Distrito Federal no fim da tarde deste domingo (8), horas após manifestantes invadirem e depredarem o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo.
"É preciso que essa gente seja punida de forma exemplar. Isso nunca tinha acontecido. Nem no auge da chamada luta armada nesse país nos anos 1970 houve qualquer tentativa de qualquer grupo fazer quebra-quebra na Praça dos Três Poderes", declarou Lula ao justificar a medida.
Com validade até 31 de janeiro, o decreto diz que o objetivo da intervenção "é pôr a termo o grave comprometimento da ordem pública no Distrito Federal, marcada por atos de violência e invasão de prédios públicos". O interventor será Ricardo Garcia, atual secretário-executivo do Ministério da Justiça.
O decreto diz que a intervenção se limita à área da segurança pública e que o interventor ficará subordinado ao presidente da República, não estará às normas do DF que conflitarem com as medidas que se fizerem necessárias e exercerá o controle operacional de todos os órgãos distritais de seguraça pública.
GOVERNADOR AFASTADO
Algumas horas após os ataques, o governador Ibaneis Rocha gravou um vídeo se desculpando com os chefes dos três poderes, mas mesmo assim, já de madrugada, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou seu afastamento do cargo por 90 dias, período em que será substituído pela vice Celina Leão.
Ao justificar a medida, ele disse que os ataques "somente poderiam ocorrer com a anuência, e até participação efetiva, das autoridades competentes pela segurança pública e inteligência, uma vez que a organização das supostas manifestações era fato notório e sabido, que foi divulgado pela mídia brasileira". (Foto: Reprodução redes sociais)