Palotinense ajudou entregar a faixa de presidente a Lula
Diante da resistência do agora ex-presidente Jair Bolsonaro (que viajou para os EUA dois dias antes do encerramento do mandato) e de seu vice, general Hamilton Mourão, quem entregou a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva foram oito brasileiros que subiram a rampa com ele e com a cachorrinha Resistência, pertencente à primeira dama e que passou 580 dias no local da vigília Lula Livre, em Curitiba.
A faixa chegou ao agora presidente pela terceira vez pelas mãos de Aline Souza, uma mulher negra de 33 anos e catadora desde os 14, mas antes passou pelas mãos de outras sete pessoas escolhidas pela primeira dama Janja, que é natural de União da Vitória (PR).
E dentre essas sete pessoas esteve uma representante do Oeste paranaense: a cozinheira Jucimara Fausto, que hoje mora em Maringá, mas é nascida em Palotina, cidade distante 100 km de Cascavel, além do também paranaense de Curitiba e professor Murilo de Quadros Jesus.
Também subiram a rampa e ajudaram a passar a faixa o garoto Francisco, paulista de apenas 10 anos, o conhecido cacique Raoni, de 90 anos, mais o metalúrgico Wesley Rocha, o artesão Flávio Pereira e Ivan Baron, que sofre de paralisia cerebral.
DISCURSOS
A posse de Lula teve dois discursos, e em ambos ele se emocionou várias vezes. O primeiro pronunciamento foi no Congresso Nacional, onde ele foi investido oficialmente da função de 39º presidente da história do País e falou por longos 31 minutos.
"Sob os ventos da redemocratização, dizíamos ‘ditadura nunca mais’. Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer ‘democracia para sempre’", afirmou, ressaltando que a grande vitoriosa na eleição foi a democracia por superar "a maior mobilização de recursos públicos e privados que já se viu" e "as mais violentas ameaças à liberdade do povo".
Depois Lula falou no parlatório do Planalto, após subir a rampa. "Vou governar para 215 milhões de brasileiros e brasileiras, e não apenas para quem votou em mim. Vou governar para todos e todas, olhando para o nosso luminoso futuro em comum e não pelo retrovisor de um passado de divisão e intolerância. A ninguém interessa um País em permanente pé de guerra, ou uma família vivendo em desarmonia", disse.
"É hora de reatarmos os laços com amigos e familiares, rompidos pelo discurso de ódio e pela disseminação de tantas mentiras. Chega de ódio, fake news, armas e bombas. Nosso povo quer paz para trabalhar, estudar, cuidar da família e ser feliz. A disputa eleitoral acabou", sentenciou. (Foto: Tânia Rego/AGB R)