De Lula a Cabral, condenados da Lava Jato estão todos soltos
Último dos 21 ondenados da Operação Lava Jato que ainda permanecia privado de liberdade, Sérgio Cabral também já está livre, leve e solto como todos os outros - a começar por Luiz Inácio Lula da Silva, que permaneceu 580 dias trancado na sede da Polícia Federal em Curitiba e ganhou não só a liberdade, mas também a eleição que lhe permitirá assumir a Presidência da República pela terceira vez daqui a menos de duas semanas.
O ex-governador do Rio de Janeiro deixou a prisão na noite passada em consequência da decisão da Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), com voto de desempate do ministro Gilmar Mendes sob o entendimento de que é ilegal manter a prisão preventiva por tanto tempo (ele estava privado de liberdade desde 17 de novembro de 2016, ou seja, há mais de seis anos) sem o julgamento definitivo do processo.
E se o leitor pensa que esse presente de Natal a Cabral resultou de uma artimanha brotada dos interesses políticos que levaram ao odioso confronto esquerda x direita que tomou conta do País, saiba que não é bem assim. Prova disso é que os dois ministros indicados por Jair Bolsonaro ao STF ficaram em campos opostos: enquanto Kassio Nunes acompanhou Edson Fachin e votou contra a saída de Cabral da cadeia, André Mendonça acompanhou Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes e votou a favor.
CONDENAÇÕES E PRIVILÉGIOS
Sergio Cabral chegou a ter 23 condenações no âmbito da Lava Jato, com penas que somavam 425 anos e 20 dias de prisão. Isso tudo porque, segundo denúncia da força-tarefa do Ministério Público Federal, ele instituiu como regra a cobrança de propina no valor de 5% dos contratos da Secretaria de Obras do Rio de Janeiro.
Uma vez na prisão, o ex-governador teve tratamento privilegiado, com o fornecimento de celulares, anabolizantes, cigarros eletrônicos, comidas caríssimas (camarão, queijo de cabra e presunto de Parma, dentre outras) e até TV de 65 polegadas. (Foto: Reprodução)