Guerra surda por Itaipu
Como era de se esperar, nos bastidores da política paranaense há uma espécie de guerra sem alardes em torno da composição da futura diretoria e também do futuro Conselho de Administração da Itaipu.
E os motivos podem ser entendidos também em cifrões, pois a binacional paga alguns dos salários mais gordos e cobiçados do Sul do Brasil, que variam de algo próximo de R$ 30 mil (no caso dos conselheiros, que fazem uma reunião a cada dois meses) para quase R$ 100 mil mensais (no caso dos diretores, que cumprem agenda diária), a julgar por determinados adicionais como o 14º salário, um privilégio de raras almas vivas deste País.
Essa disputa, que já era naturalmente aguardada, ficou ainda mais intensa depois que o ex-governador Roberto Requião passou a ser cotado para o cargo de diretor-geral brasileiro, ocupado pelo almirante Anatalício Risden Junior desde janeiro deste ano.
Na versão de petistas históricos não seria correto Lula entregar o comando da binacional a Requião, pois entendem eles que o ex-governador não entregou o esperado à candidatura do presidente eleito ao ingressar no PT - tanto assim que no segundo turno Jair Bolsonaro venceu no Estado com um a vantagem de mais de 1,65 milhão de votos.
Mas o problema não se resume apenas aos interesses petistas. O nome de Requião não soa de forma simpática também junto aos prefeitos sobretudo do Oeste paranaense, que temem que o fato de ele ser oposicionista assumido e contumaz do governador reeleito Ratinho Junior possa conduzir a Itaipu a uma política diversa daquela que, nos últimos anos, levou a investimentos de grande monta na região. (Foto: Divulgação)