O debate político no País, dominado por um radicalismo que ainda mantém milhares de brasileiros protestando em frente às unidades militares, ganhou um novo ingrediente neste fim de semana com o cancelamento, de última hora, da inauguração da segunda ponte ligando Brasil e Paraguai na tríplice fronteira, que estava programada para esta segunda-feira (12), com a presença dos presidentes Jair Bolsonaro e Mario Abdo Benítez.

E como estão faltando menos de três semanas para o encerramento do ano, e também de seu mandato, não será surpresa se Jair Bolsonaro acabar tendo que deixar a entrega dessa grande e emblemática obra para seu sucessor Luiz Inácio Lula da Silva. Afinal, os últimos dias de governo são sempre de muito trabalho e fica difícil abrir brecha de última hora na agenda, por mais relevante que seja o motivo.

Neste sábado (10) a Itaipu ainda mantém no seu site, como mais recente postagem, uma reportagem intitulada  "Ponte da Integração será inaugurada na próxima segunda-feira  (12)", mas o cancelamento da solenidade foi  antecipado no dia anterior pelo presidente paraguaio, durante visita oficial ao departamento da Cordilheira.

O que chama atenção é que Benítez disse que o adiamento  "deve-se à previsão de mau tempo para esse dia", mas não é bem isso que os mais diferentes institutos de meteorologia mostram para esta data em Foz do Iguaçu. Simepar, Clima Tempo e Tempo Agora, por exemplo, preveem temperatura entre 24 e 30 graus e apenas alguns poucos milímetros de chuvas esparsas. Como se isso não bastasse, não faltam indícios de  que a decisão de suspensão  veio de Brasília e não de Assunção. 

A Itaipu investiu US$ 84 milhões na nova ponte sobre o Rio Paraná, que liga Foz do Iguaçu a Presidente Franco, tem 760 metros de comprimento, com pilares principais de 180 metros de altura e um vão central (espaço entre os dois pilares por onde passa o canal de navegação do rio) de 470 metros de largura e mais de 60 metros de altura. (Foto: Divulgação DER-PR)