Transtorno Obsessivo Compultivo tem tratamento
Elis Gislaine Marques Sbardelotto
De acordo com o DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) é caracterizado por obsessões e compulsões.
O sintoma obsessivo mais comum é presença de pensamentos invasores, repetitivos e difíceis de serem afastados. E os temas mais comuns desses pensamentos são medo de contaminar-se pela sujeira, supor que feriu ou ofendeu outras pessoas, imaginar-se perdendo o controle e realizando violentas agressões ou até assassinatos, pensamentos sexuais urgentes e intrusivos, dúvidas morais e religiosas e pensamentos proibidos, dentre outros.
Já os sintomas compulsivos mais comuns são lavar-se para se descontaminar (ex: tomar banho ou lavar as mãos repetidamente, a ponto de causar irritações na pele), repetir determinados gestos (ex: ficar tirando pelinhos minúsculos das roupas por várias horas), verificar insistentemente se as coisas estão como deveriam (ex: levantar várias vezes durante a noite para conferir se a porta está trancada e o gás desligado, a ponto de não conseguir dormir), tocar objetos (ex: onde tiver um objeto laranja ter que por a mão), contar objetos (ex: contar o número de carros que passam na rua) e ordenar ou arrumar os objetos de uma determinada maneira (ex: ter a preocupação insistente de deixar tudo sempre no mesmo lugar, do mesmo jeito e na mesma distãncia etc).
Os pensamentos obsessivos são recorrentes, insistentes e não controláveis pelo próprio paciente, fazendo com que a pessoa perca muito tempo e tenha queda no rendimento pessoal/profissional, a ponto de causar sofrimento intenso. No caso das compulsões (gestos, rituais ou ações), se a pessoa não faz o que a doença lhe impõe, acredita que acontecerá algo ruim com ela. E se tenta evitar os gestos, rituais ou ações, acaba submetida a uma tensão insuportável. Por isso é que sempre cede às compulsões, mesmo percebendo que essas são absurdas ou ridículas.
No TOC, os dois tipos de sintomas quase sempre estão juntos, mas pode haver a predominância de um sobre o outro. Um paciente pode ser mais obsessivo do que compulsivo ou mais compulsivo do que obsessivo.
Se você identificou esses sintomas em si ou já foi diagnosticado como portador do TOC, não tenha vergonha de ser assim, pois muitas pessoas no mundo todo sofrem dessa doença.
Além disso, você não está sozinho. Procure tratamento de profissionais que possam te auxiliar a enfrentar seus temores e a ter mais qualidade de vida. Se você já estiver em tratamento, fale da maneira mais precisa possível sobre seus sintomas com seu psicólogo e/ou seu psiquiatra, pois eles estão preparados para tratar da doença com respeito e eficácia.
Elis Gislaine Marques Sbardelotto é formada em Psicologia Hospitalar e Orientação Vocacional, especializada em Psicologia Familiar Sistêmica e perita Avaliadora de Trânsito - CRP-08/13639 - Contato: (45) 99912-8788