Política pública faz de Toledo uma cidade de todos os povos
Próxima de festejar o 70º aniversário de emancipação, Toledo começou a ser construída por imigrandes e filhos de imigrantes alemães. Hoje em dia, no entanto, tem recebido pessoas dos quatro cantos do mundo, todas atraídas pela política pública local, pelo acelerado desenvolvimento econômico e pelas oportunidades que oferece a quem está em busca de um futuro melhor.
Dados preliminares da ONG Embaixada Solidária e da Coordenadoria de Políticas para Imigrantes e Outros Grupos Vulnerabilizados estimam que já há entre 3.000 e 3.500 cidadãos não nascidos no Brasil residindo em Toledo. E a maioria dos adultos desse público, especialmente do sexo masculino, está empregada, com carteira assinada.
Um termômetro de como o mercado de trabalho está favorável para este público é o Caged, do Ministério do Trabalho e Previdência, de onde é possível verificar que de janeiro a outubro deste ano Toledo gerou 154 novos postos de trabalho (849 admissões e 695 desligamentos) para estrangeiros, o que representa 3,84% do total gerado no período (4.011) - haitianos (444 admissões/366 desligamentos/saldo de 78), paraguaios (215/157/58) e venezuelanos (111/58/53) lideram este ranking - os paraguaios, aliás, já estavam aqui no período ao início oficial do povoamento do município, em 27 de março de 1946, promovido pela Industrial Madeireira Colonizadora Rio Paraná S/A (Maripá).
Os registros do Caged apontam para a existência de trabalhadores de outras 18 nacionalidades contratados por empresas toledanas: argentina (7/6/1), boliviana (2/3/-1), uruguaia (3/1/2), colombiana (3/3/0), peruana (1/0/1), equatoriana (1/1/0), cubana (4/1/3), norte americana (0/1/-1), alemã (2/1/1), suíça (1/0/1), espanhola (1/0/1), portuguesa (1/1/0), italiana (0/1/-1), afegã (3/2/1), japonesa (6/2/4), marroquina (2/1/1), sul-africana (4/2/2) e angolana (3/2/1). Há ainda empregados de outras nacionalidades dos continentes americano (1/1/0), europeu (1/0/1), asiático (6/12/-6), africano (26/73/-47) e não designadas (1/0/1).
A maioria destes profissionais está empregada nos setores de produção de bens e serviços industriais (631/532/99) e de serviços/vendedores do comércio em lojas e mercados (128/91/37). Entre os beneficiados pelos 154 novos postos de trabalho criados para estrangeiros em Toledo nos dez primeiros meses de 2022, 99 (64,29% do total) possuem ensino médio completo e 85 (55,19%) encontram-se na faixa etária dos 18 aos 24 anos.
"Frequentemente recebo ligações de empresas nos pedindo indicação de estrangeiros assistidos pelo nosso trabalho para trabalharem lá. E não é uma ou duas, são dezenas de vagas que precisam ser preenchidas. Quando aparecem interessados, a contratação é imediata", relata a coordenadora de Políticas para Imigrantes e Outros Grupos Vulnerabilizados, Laudiceia Correia, ressaltando que o desemprego entre os imigrantes em Toledo é praticamente zero.
Além das ações desse órgão, o governo municipal tem trabalhado com políticas públicas em diversas áreas com o objetivo de facilitar e dar mais dignidade aos não brasileiros que residem em Toledo. "Em 70 anos de história, o município sempre fez isso e precisa manter este clima favorável para as pessoas que ainda não conhecem muito bem a nossa cultura", completa Laudiceia. (Foto: Divulgação)