Desemprego cresce e aumenta desafios ao futuro governador
Independente de quem vier a ser o vencedor da eleição de outubro próximo para o Governo do Paraná, é certo que quem conquistar nas urnas o direito de sentar na cadeira ocupada desde abril por Cida Borghetti - Beto Richa renunciou para concorrer ao Senado - terá que enfrentar um desafio não pontuado pela propaganda oficial, tampouco pela mídia aliada.
Números insuspeitos divulgados nesta semana apontam para um preocupante abismo entre os dados governamentais e os números reais quando o assunto é desemprego, desmistificando a versão de que o Estado é uma ilha de prosperidade dentro de um País que não consegue encontrar um caminho para reaquecer a economia.
Apenas do mês de junho o Paraná perdeu 6.609 postos de trabalho com carteira assinada, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho. Foi o primeiro mês deste ano que o Estado teve mais demissões do que contratações formais de trabalhadores - 82.293 admissões contra 88.902 desligamentos.
O resultado só não foi negativo em dois dos oito setores pesquisados: serviço industrial de utilidade pública (+32 empregos) e administração pública (+11 empregos). Desta feita nem a agropecuária, reconhecidamente o principal pilar da economia estadual, se safou, fechando 580 vagas formais de trabalho. Também tiveram desempenho negativo o comércio (-2.264 empregos), indústria de transformação (-2.209 empregos), construção civil (-1.047 empregos), serviços (-466 empregos) e extração mineral (-86 empregos).
O saldo do semestre ainda é positivo em 32.030 vagas, mas o fato desse resultado começar a se diluir neste momento é motivo para preocupação. A expectativa era de que o primeiro semestre terminasse melhor e que o segundo trouxesse um alento ainda maior para a legião de paranaenses sem trabalho.
DESEMPREGADOS
A Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), outra fonte com dados muito mais confiáveis do que a propaganda custeada com dinheiro público, traça um cenário ainda mais preocupante.
O mais recente levantamento trimestral de 2018 aponta que 35,9% dos paranaenses em idade produtiva estão fora do mercado de trabalho. Equivale a dizer que quatro de cada dez trabalhadores estão sem emprego formal, um dado sobre o qual o futuro governo terá que se debruçar assim que tomar posse a fim de buscar alternativas que permitam a retomada imediata dos investimentos. (Foto: Arquivo Google)