Embora já não seja mais o maior produtor de grãos do País, posição assumida há um bom tempo pelo Mato Grosso, o Paraná é o Estado brasileiro com a maior área do seu território classificada com potencialidade agrícola  "muito boa" (classe A1), de acordo com o Mapa de Potencialidade Agrícola Natural das Terras do Brasil , publicação inédita do IBGE feita nesta segunda-feira (5). Segundo o relatório, 12,2% do território paranaense, equivalente a 24.313 de quilômetros quadrados, corresponde à potencialidade "muito boa". No País, esse índice é de apenas 2% e na Região Sul, de 5,6%.

O documento orientativo foi elaborado a partir do mapeamento de solos do IBGE, levando em consideração os recursos naturais, sobretudo solo e relevo, e como eles podem favorecer o setor agrícola. Os mais de 500 tipos de solos do Brasil foram classificados considerando características como textura, pedregosidade, rochosidade, erodibilidade, entre outros, em cinco classes de potencialidade. Elas variam de terras com muito boa potencialidade a terras com restrições muito fortes ao desenvolvimento agrícola.

Segundo o mapa divulgado pelo IBGE, o Norte, Norte Pioneiro e Oeste do Paraná reúnem o maior volume de áreas classificadas como muito boas para o desenvolvimento agrícola no Estado.

"O Paraná tem o privilégio de ser um Estado com diferentes tipos de solo, com climas que ajudam a diversidade de culturas e com a possibilidade de até três safras anuais para algumas variedades", explica o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.  "Aliado a isso, o Estado é resultado de uma população nativa, que se esforçou para sempre cuidar da terra, e de colonos que para cá vieram e construíram a agropecuária forte respeitada em todo o mundo", ressalta.

Com território de 199.308 quilômetros quadrados, o Paraná tem ainda 18,5% de suas terras classificadas como  "boas" (classe A2), o que equivale a uma área de 36.855 quilômetros quadrados, e outros 34,1% consideradas com potencial  "moderado", o que  representa outros 67.876 quilômetros quadrados de terras.

Por fim, os solos classificados com potencialidade "fortemente restrita" ao uso agrícola somam uma área de 45.863 quilômetros quadrados, 23% do território paranaense. Esses locais podem ter muitos declives, materiais indesejáveis ou restrições importantes quanto à profundidade. Eles exigem técnicas de manejo intensivas e, por suas características, são indicados como áreas de preservação ambiental ou para o cultivo de culturas adaptadas a esse tipo de solo. (Foto: Jaelson Lucas/AENPR)