O político demagogo
J. J. Duran
O demagogo é aquele político que tem tendência a manipular as paixões populares. Primordialmente paixões escondidas na impotência cerebral daqueles que sonham e admiram o caudilho, o homem forte, o vingador dos utópicos, que pretendem criar um mundo no qual a fraternidade suplante a inimizade.
Esse tipo de político não é culto e também não se destaca pela amplitude da sua linguagem. Ao contrário, primeiro fala e só depois pensa no que disse. Seus discursos se notabilizam por frases curtas, sem contaúdo ilativo e com sofismas sempre inspirados em citações bíblicas, ainda que no seu coração não professe religião alguma.
De ideias curtas tal qual sua bagagem cultural, o político demagogo fica preso ao roteiro elaborado pelas mentes brilhantes e bem remuneradas de seus assessores e é saudosista do passado ideológico.
Distorce fatos, tempos e nomes com uma naturalidade demencial, assim como reescreve páginas da História com singular desconhecimento da verdade dos fatos.
O político demagogo exige ter o poder total para governar e sua figura representa, para os fiéis seguidores, a única alternativa capaz de interpretar os ensinamentos bíblicos.
Normalmente há um bom número de seguidores desse novo "Messias", cujos momentos de felicidade extrema resumem-se a bravatas retóricas.
Desde o século passado a indo-América se nutre de caudilhos que escreveram seus nomes na História com terríveis perseguições e frustrações políticas e ideológicas para o povo.
No momento presente o Brasil, este país do futuro conforme batizou Stefam Ziweig, entra num novo tempo encarando seu destino de grandeza ou de fracasso absoluto.
Por conta do tamanho, da história e da fraternidade do seu povo, o País merece retomar seu destino de grandeza e voltar ser respeitado no concerto mundial como a esperança do tempo da ressurreição da fé e do convívio com todos os homens de boa vontade.
Reduzir a pobreza, que estigmatiza a todos, e o tamanho do fosso que a polarização política abriu entre irmãos significa reiniciar a caminhada que lendários nomes da política do passado iniciaram.
Mas não é com demagogia que se conseguirá isso. (Imagem: Reprodução internet)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná