PL pede ao TSE a anulação dos votos de 59% das urnas
A contestação do resultado da eleição presidencial de 2022 no Brasil ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (22), quando o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, pediu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a anulação dos votos de todas as urnas fabricadas até 2020 utilizadas no segundo turno, o que representa 59% do total.
De acordo com Valdemar da Costa Neto, presidente nacional da sigla, o que o partido fez foi apresentar uma Representação Eleitoral para Verificação Extraordinária à Corte, que ficará sob a relatoria da ministra Cármen Lúcia. Logo em seguida o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, pediu que o PL apresente em 24 horas também os dados referentes ao primeiro turno das eleições, quando foram utilizados os mesmos aparelhos.
Das 472 mil urnas utilizadas no segundo turno, apenas 192 mil foram fabricadas depois de 2020. Só essas mais modernas, de acordo com auditoria do Instituto Voto Legal, que foi contratado pelo PL, funcionam "da forma esperada", enquanto nas demais "é impossível associar o registro de cada atividade ao hardware que teria gerado aquela atividade".
Se computados os votos apenas das urnas consideradas confiáveis pelo PL, Jair Bolsonaro venceria com 26.189.721 votos (51,05%) contra 25.111.550 votos (48,95%) de Luiz Inácio Lula da Silva. "O que o partido fez foi apontar as inconsistências", explicou o advogado Marcelo Luiz Ávila de Bessa, que assina a representação.
De acordo com o TSE, no entanto, as urnas mais antigas, utilizadas inclusive na eleição de 2018 em que Bolsonaro foi eleito presidente, já haviam sido submetidas ao chamado Teste Público de Segurança em anos anteriores. O modelo de 2020, por sua vez, foi submetido à análise de peritos de universidades federais neste ano. (Foto: Divulgação PL)