O Poder Legislativo
J. J. Duran
O dínamo de todas as reformas necessárias ao arcabouço republicano é o Poder Legislativo, e torná-lo autêntico através de eleições limpas e fazer dele lídima expressão de nossas mutações políticas, econômicas e sociais é a tarefa mais importante da qual o novo Congresso Nacional ficará incumbido.
Dele depende a força do Executivo, para que este se torne fecundo. Nele se debatem as grandes decisões para os grandes e graves problemas que castigam de longa data o País.
A ele o povo apresenta suas reivindicações, que não são poucas, bem como suas angústias e seus protestos. De sua vitalidade, honradez, ética e amor à democracia se julga a força de um regime democrático.
Ao longo de mais de 70 anos de jornalismo vi e vivi em vários países espoliados, com parlamentos inoperantes e claudicantes, que mostraram suas deformações democráticas e a precariedade de ideologias ruidosas e ameaçadoras da democracia.
O respeito mútuo entre os poderes é elemento de união republicana que reflete todo vigor da democracia.
O parlamento é organismo vivo, sempre vibrante, que tem que estar em permanente atenção às grandes transformações enfrentadas pelo mundo.
De acordo com o jurista Daniel Faraco, "a função específica do parlamento está em ser a expressão política da sociedade, que por eleição a representa e é incumbido de dar respostas sobre como está sendo governada".
Pouco importa que em momentos cinzas da vida democrática muitos parlamentares, empenhados só em satisfazer seu engrandecimento pessoal, tenham maculado o Legislativo com episódios como os dos famigerados mensalão e orçamento secreto.
Erram aqueles que, partindo da realidade mostrada hoje por alguns parlamentares da indo-América, proclamam a decadência da democracia.
Uma oposição que corrige é muito mais valiosa do que uma oposição que tudo destrói e leva de roldão a esperança da sociedade. (Foto: Reprodução)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná