Aristóteles, um dos maiores sábios de um tempo bem longínquo (mais de 300 anos a.C.), já alertava que, por não ser um fim em si mesma e sim um sistema-meio para administrar as necessidades do povo, a política deve ser tratada como uma missão, não como uma profissão, ressaltando que ao se afastar dessa meta o político  "se desvia do objetivo e passa a governar de acordo com seus interesses".

Com certeza, não foi inspirada nesse filósofo grego de notório saber que a maioria dos vereadores de Cascavel aprovou em primeira votação, na sessão desta segunda-feira (24), projeto de lei concedendo a eles próprios o direito ao 13º salário, um benefício que deverá contar a partir do início a próxima legislatura. A proposta, oriunda da mesa diretora da Câmara, só não teve os votos favoráveis de cinco vereadores: Tiago Almeida, Pedro Sampaio, Professor Santello, Romulo Quintino e Professora Liliam.

Como se isso não bastasse, também foi aprovado em primeira discussão outro projeto elevando das atuais 21 para 23 o número de vereadores da cidade a partir da eleição de 2024, um incremento que está amparado na atual Constituição Federal, mas certamente não soará bem aos ouvidos dos contribuintes/eleitores. (Foto: Flávio Ulsenheimer/CMC)