Jefferson volta à prisão após atacar PF com fuzil e granada
O ex-presidente nacional do PTB e ex-deputado federal Roberto Jefferson amanheceu nesta segunda-feira (24) no Presídio José Frederico Marques, também conhecido como cadeia de Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. O ex-parlamentar, que estava em prisão domiciliar, teve que retornar ao sistema penitenciário por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) e acabou indiciado por quatro tentativas de homicídio. A informação é da Agência Brasil.
O ministro do STF Alexandre de Moraes decidiu que Jefferson deveria voltar à prisão preventiva pelo descumprimento de medidas cautelares impostas a ele, como não postar nas redes sociais. Na última sexta-feira (21), em vídeo publicado na internet, Jefferson atacou a ministra Cármen Lúcia, referindo-se a ela com palavras de baixo calão.
Durante o cumprimento da decisão do STF ontem (23), na casa de Jefferson, em Levy Gasparian, no interior do estado, o ex-parlamentar reagiu à prisão, lançando uma granada e disparando tiros de fuzil contra a equipe da Polícia Federal. Dois policiais foram atingidos por estilhaços da granada e tiveram ferimentos leves.
O mandado de prisão só foi concluído no domingo à noite, depois de uma intensa negociação entre a PF e o ex-deputado. Além do cumprimento do mandado do STF, a PF prendeu Jefferson em flagrante por tentativa de homicídio, segundo nota divulgada pela polícia.
Antes de ser encaminhado à cadeia de Benfica, Jefferson foi levado inicialmente à Superintendência da PF no Rio de Janeiro para a lavratura do auto de prisão em flagrante e outras formalidades referentes ao cumprimento do mandado de prisão.
"A Polícia Federal reafirma que agiu com toda a técnica e protocolos exigidos para a resolução de crises, culminando com a rendição do preso", informa nota da PF.
Segundo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária do Rio, Roberto Jefferson participará, ainda hoje, de uma audiência de custódia.
O presidente Jair Bolsonaro, de quem Jefferson é aliado, inicialmente publicou um texto no Twitter repudiando a postura do ex-deputado em relação a Cármen Lúcia e sua ação armada contra os policiais, mas também criticando a existência do que chamou de "inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP".
Mais tarde, Bolsonaro publicou um vídeo em que chama o ex-deputado de bandido. "Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio", afirmou. O ministro da Justiça também publicou um vídeo nas redes sociais, no qual se referiu a Jefferson em tom mais ameno: "infrator". (Fotos: Reprodução)