Saúde pública de Cascavel já está flertando com o caos
Existe a expectativa de que o prefeito Leonaldo Paranhos - que foi segunda-feira (3) para Curitiba e de lá para Brasília - retorne nas próximas horas a Cascavel com a perspectiva de encaminhamento de uma solução para o gravíssimo problema resultante do fechamento do Hospital do Coração, mas ela é mínima porque, segundo o próprio secretário Miroslau Bailak, o Estado vem negligenciando em relação ao assunto há meses.
Enquanto isso, a saúde pública da cidade caminha em ritmo acelerado para uma situação de caos. O colapso só não aconteceu ainda porque mais de 50 pacientes que precisam de internamento hospitalar estão sendo mantidos nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), onde não é possível oferecer a eles o atendimento especializado de que necessitam. Além disso, a cota de dez leitos de UTI prevista no contrato do Estado com o São Lucas não só está esgotada há dias, como ontem já havia sido superada em 40% graças à compreensão da família Gurgacz, proprietária desse hospital.
SOLUÇÃO PROVISÓRIA
A Secretaria Municipal de Saúde defende, como solução paliativa para o problema, a criação emergencial de 40 leitos no prédio da ala materno-infantil do Hospital Universitário, cujas obras estavam paralisadas há quase quatro anos e foram retomadas em março último, com a autorização da liberação de mais R$ 10,3 milhões pelo Estado, fruto principalmente de uma ação conjunta de Paranhos com o reitor Alexandre Webber e os deputados estaduais Gugu Bueno e Marcio Pacheco.
A ideia é criar neste espaço um centro emergencial para cobrir a demanda principalmente por cirurgias cardíacas. Para que isso não gere problemas insuperáveis à Universidade do Oeste, Bailak defende a contratação temporária, por chamamento público, dos profissionais que trabalhavam no Hospital do Coração e que neste momento estão desempregados. "Faz-se isso num primeiro momento e depois se busca uma solução definitiva para o problema", disse Bailak na manhã desta quinta-feira (6).
Mas o reitor Alexandre Webber discorda dessa ideia. "Como vamos colocar gente numa ala inacabada, sem estrutura, sem equipamentos, sem oxigênio?", questionou ele ao ser consultado sobre o tema pelo portal Alerta Paraná. Webber disse ainda que a ala, que é um prédio de três andares, ainda levará de seis a sete meses para ser concluída, e que só depois disso a universidade poderá pensar em novos espaços.