Diga não ao preconceito
Elis Gislaine Marques Sbardelotto
De acordo com o dicionário Aurélio, preconceito é "conceito ou opinião formado antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos; ideia preconcebida". Ou ainda "julgamento ou opinião formada sem se levar em conta o fato que os conteste; prejuízo" e "suspeita, intolerância, ódio irracional ou aversão a outras raças, credos, religiões, etc..." Traduzindo: uma pessoa preconceituosa tem sentimentos e opiniões geralmente intolerantes.
Existem vários tipos de preconceito: racial, sobre classe social, nacionalidade, contra deficientes físicos ou mentais, idosos, religiões, doentes mentais, etc...
Resolvi escrever sobre preconceito porque estava no mercado escolhendo algumas verduras e a poucos passos de mim estava um homem de aproximadamente 30 anos, bastante desarrumado, sujo, mal cuidado, que falava sozinho e provavelmente sofria de uma deficiência mental. Com um pacotinho na mão ele escolhia algumas verduras, não sei exatamente se estava fazendo compras ou se estava, de acordo com seu nível de consciência, tentando ser "normal" como os demais que estavam dentro do estabelecimento. Fiquei observando que as pessoas o olhavam de forma discriminatória, mas ele continuava ali escolhendo o que por no pacote e falando sozinho.
De repente, chegaram alguns seguranças e pediram que saísse do mercado, mas ele parecia não entender porque todos os outros podiam ficar dentro do estabelecimento e ele não. Mesmo diante de suas limitações mentais e sociais, ele percebeu que estava sendo discriminado e sofrendo de preconceito, e isso fez com que se revoltasse e comunicasse a todos que ali estavam, aos gritos e apenas balbuciando algumas palavras, o quanto é humilhante ser rejeitado por pessoas que acreditam ser melhores e ter mais direitos.
Normalmente, como foi neste caso, o preconceito é causado pela falta de conhecimento de algo ou de alguém que é diferente ou desconhecido e faz com que tenhamos comportamentos que discriminam, marginalizam e levam até mesmo ao cometimento de atos violentos.
Jesus nos ordena que amemos uns aos outros assim como Ele nos ama (João 13:34). Se Deus é imparcial, e nos ama com imparcialidade, isto significa que precisamos amar aos outros com esse mesmo padrão. Jesus nos ensina, ao final de Mateus 25, que tudo o que fizermos com o menor de Seus irmãos, faremos a Ele. Se tratarmos uma pessoa com desprezo, estamos maltratando uma pessoa criada à imagem de Deus e ferindo alguém que Ele ama e por quem Jesus morreu.
Elis Gislaine Marques Sbardelotto é formada em Psicologia Hospitalar e Orientação Vocacional, especializada em Psicologia Familiar Sistêmica e perita Avaliadora de Trânsito - CRP-08/13639 - Contato: (45) 99912-8788