O dia da democracia
J. J. Duran
Este domingo (2) será um dia histórico, no qual devemos nos orgulhar de pertencer a uma República que, no ato de votar, procura encontrar o caminho que a conduza às realizações acalentadas nos pesados sacrifícios do cotidiano, enfrentados a bordo da boa e velha carruagem chamada democracia.
Não há liberdade onde não há democracia, deixou dito o saudoso JF Kennedy. Agregamos a essa mensagem que a sociedade não é mera organização de homens, mas sim sentimento e consciência em cada um deles por ser artífice do próprio destino como cidadãos livres.
A democracia é uma escolha feita na razão e na liberdade. Na vida da sociedade, todos os dias são dias históricos da longa construção do destino. E todos são dias difíceis.
A democracia é escolha e liberdade para eleger os governantes. Isso é parte da razão política, e para mantê-la em perene precariedade o homem criou as instituições políticas e luta constantemente para aprimorá-las.
Não há desânimo nessa condição essencial do homem. Por mais pesadas que sejam as circunstâncias, ou mais desatadas que sejam as paixões, o apelo à liberdade e à ordem age para restabelecer, através do voto, o equilíbrio da sociedade.
No conceito que temos sobre o sistema democrático há saudáveis contradições. Quanto mais democrática for a sociedade, mais frágil será o Estado; quanto mais fraterna for a sociedade, menor será a presença do Estado.
Frente aos novos tempos sociopolíticos, precisamos compreender que a democracia não exclui o confronto de ideias,. a defesa de políticas e ideologias divergentes e a pluralidade de opiniões.
Não escrevo para pregar divergências intransigentes, tampouco o morno encontro dos antagonismos políticos em regiões de imobilismo e apatia cívica.
Escrevo sempre que os homens públicos não se fazem de natureza especial e peculiar, por isso se encontram sujeitos à fragilidade humana.
Por isso, quando escolhe um governante o povo não opta pelo mais sábio e é possível que não elege também ao mais virtuoso.
Que não seja o novo tempo o da conciliação somente entre as elites.
Este 2 de outubro de 2022 será o dia da democracia e dos democratas. (Foto: Reprodução internet)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná