Embriaguez democrática
A Secretaria da Segurança Pública proibiu a venda e o consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos de todo o Paraná entre as 8 horas da manhã e as 6 horas da tarde deste domingo (2), dia consagrado ao que existe de mais democrático: a eleição dos representantes políticos pelo voto direto e secreto.
A medida é válida, sem dúvida, muito embora de aplicação duvidosa já que as forças de segurança estarão em peso cuidando dos locais de votação e não dos bares, restaurantes e supermercados, e também remete a uma indispensável reflexão sobre outro tipo de embriaguez, ainda mais nocivo que alguns copos de cerveja ou goles de cachaça.
Refiro-me ao radicalismo do debate travado principalmente em parte esmagadora da chamada grande mídia e nas redes sociais, que nesta reta final da campanha estão dominadas por eleitores/torcedores irreflexivos e ensandecidos, que se supõem rebeldes com causa, mas desconhecem os bastidores políticos como um ébrio desconhece o perigo ao volante.
Há que se apelar pelo bom senso, pois jamais o Brasil viveu um período pré-eleitoral tão tenso. Divergir é parte do processo democrático, mas com equilíbrio e argumentos convincentes, pois respeito ao que pensa de forma diferente/divergente é algo que não custa nada, só faz bem e todo mundo gosta. (Imagem: Reprodução internet)