Itaipu e a construção de uma nova infraestrutura para o turismo de Foz
Anatalicio Risden Junior
Mundialmente conhecida pela beleza das Cataratas do Iguaçu, as mais impressionantes quedas de água do mundo, e pela grandiosidade da usina de Itaipu, uma obra da engenharia construída pela inteligência e as mãos do homem, Foz do Iguaçu, localizada no coração do Mercosul, na fronteira do Brasil com o Paraguai e Argentina, tem no turismo a sua principal vocação econômica.
O município é o segundo destino turístico mais procurado por estrangeiros que vêm ao País, está entre as cinco cidades brasileiras que mais recebem eventos nacionais e internacionais, e conta com uma extensa rede hoteleira, com mais de 27 mil leitos.
Neste dia 27 de setembro, quando é comemorado o Dia Mundial do Turismo, data estabelecida pela OMT (Organização Mundial do Turismo), em 1979, a Itaipu Binacional renova o seu compromisso em apoiar esse setor que é vital para a região e que foi, cabe ressaltar, duramente castigado pela pandemia.
A atuação da empresa segue as diretrizes do governo federal e está amparada em sua missão institucional, que é "gerar energia elétrica de qualidade com responsabilidade social e ambiental, contribuindo com o desenvolvimento sustentável no Brasil e no Paraguai".
Nesse sentido, a binacional trabalha em parceria com outros entes para o fomento da atividade turística na região trinacional. Nosso objetivo não é ser protagonista desse processo, mas atuar de forma integrada com diversos atores para desenvolver o setor, beneficiando a sociedade.
O apoio de Itaipu ao turismo pode ser observado sob diversos aspectos. A começar pela própria usina, recordista mundial em geração de energia limpa e renovável e um dos principais atrativos turísticos da região. Visitantes de todo o mundo desembarcam em Foz do Iguaçu para conhecer a gigante de energia e o Refúgio Biológico Bela Vista, mantido pela empresa e que integra uma das Reservas Mundiais da Biosfera reconhecidas pela Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Antes da pandemia, a Itaipu já liderava ações para integrar os segmentos ligados ao turismo, de forma a promover um crescimento sustentável do setor. Um dos resultados desse trabalho foi a eleição das Cataratas do Iguaçu como uma das Novas Sete Maravilhas da Natureza, concurso promovido pela fundação suíça New Seven Wonders.
Ano a ano, o movimento turístico nesta região crescia de forma exponencial. Mas a crise sanitária que paralisou o mundo, a partir de 2020, interrompeu um ciclo virtuoso. Começava ali um tempo de dificuldades e incertezas, que exigiram ações rápidas e efetivas.
A Itapu fez a sua parte. De um lado, empreendeu esforços e recursos para apoiar a população no enfrentamento da doença, tornando-se a principal parceira do município e do governo do Estado. De outro, ajudou a criar condições para a retomada econômica no pós-pandemia. Era preciso olhar para o presente e para o futuro.
Foram muitas as ações: o programa Acelera Foz, que reuniu diversas entidades do município no esforço comum de estabelecer um novo ciclo de desenvolvimento regional; a campanha Vem pra Foz!, para divulgar e fortalecer a imagem da cidade como um destino seguro; o projeto Capacita Foz, com bolsas voltadas a profissionais da cadeia do turismo - entre outros.
Não obstante às dificuldades criadas pela pandemia, a cidade e região já desfrutavam de uma condição singular. A adoção da política que chamamos de gestão racional com austeridade, a partir de 2019, permitiu que Itaipu direcionasse recursos para obras estruturantes, que irão posicionar Foz do Iguaçu como um dos melhores e mais bem preparados destinos turísticos do mundo.
Símbolo máximo desta nova fase, a Ponte da Integração Brasil - Paraguai está em fase final de construção. É a primeira grande obra de infraestrutura na região depois da própria usina binacional. A nova ligação vai desafogar o trânsito da Ponte da Amizade, hoje única ligação entre os dois países sobre o Rio Paraná, e facilitar o turismo de compras tanto no lado brasileiro da fronteira como em Ciudad del Este (no Paraguai).
Ao mesmo tempo, a nova ponte e a futura Perimetral Leste, além de fortalecer o comércio exterior, criarão um corredor de acesso de paraguaios e argentinos ao Parque Nacional do Iguaçu, ao Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu e à BR-277, rodovia que leva aos portos e às praias dos litorais do Paraná e de Santa Catarina.
A esses projetos soma-se uma série de investimentos que transformarão a infraestrutura do turismo regional. Um deles foi a ampliação em 600 metros da pista do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, já concluída, permitindo a operação de voos intercontinentais e a ligação sem escalas do Destino Iguaçu com a Europa e os Estados Unidos.
Antiga reivindicação de moradores e representantes do trade turístico, a duplicação da Rodovia das Cataratas (BR-469), um trecho de 8,7 quilômetros que liga o Parque Nacional Iguaçu ao trevo de acesso à Argentina, finalmente vai sair do papel. É o principal corredor turístico da região.
Todas essas obras, algumas em fase de conclusão, outras sendo licitadas, foram ou são financiadas com recursos da margem brasileira de Itaipu. Incluindo outros projetos de infraestrutura e de fortalecimento do setor elétrico, os investimentos anunciados chegam a R$ 2,6 bilhões.
Os resultados já começaram a aparecer - seja na melhoria dos indicadores de turismo (como a ocupação hoteleira e a visitação nos atrativos), seja no anúncio de novos investimentos para o setor.
Neste mês de setembro, por exemplo, a companhia aérea Azul anunciou novas rotas para o Destino Iguaçu, no período de alta temporada (dezembro e janeiro), partindo da região Nordeste do País: Maceió (AL), Natal (RN), Recife (PE), Salvador e Porto Seguro (BA). A JetSmart também voltará a voar de Foz para Santiago (Chile), no final do ano. O aumento da malha de voos é um dos grandes desafios da gestão integrada do turismo e tem o apoio institucional de Itaipu.
Outro investimento importante anunciado recentemente é a implantação, em Foz do Iguaçu, do Museu de Arte Internacional, em colaboração com o Centro Nacional de Arte e Cultura George Pompidou, de Paris. Um concurso para a escolha do projeto arquitetônico do novo espaço cultural deverá ser lançado no primeiro semestre de 2023. O empreendimento envolve a Itaipu, o Governo do Paraná, a Prefeitura de Foz do Iguaçu, a Renault do Brasil e o instituto francês.
Em 2024, ano em que o Brasil irá exercer a presidência do G20, a margem brasileira da Itaipu sediará dois importantes encontros internacionais, contribuindo para o turismo de eventos: a 15ª Reunião Ministerial de Energia Limpa (Clean Energy Ministerial, CEM) e a 9ª Reunião Ministerial da Missão Inovação (Mission Innovation, MI), para discussão de transição energética e outros assuntos.
Ainda para 2022, a Itaipu está preparando uma série de espetáculos que serão apresentados no Gramadão da Vila A e que farão parte da programação do Natal de Águas e Luzes de Foz do Iguaçu. Mantido pela binacional, o espaço é uma das principais áreas de lazer da cidade.
As iniciativas de Itaipu contribuem para impulsionar o turismo, movimentar o comércio, incrementar o setor de serviços, gerar emprego e abrir novas oportunidades de negócios. E o mais importante: ficarão como legado para as futuras gerações, mostrando que a empresa, mais do que gerar energia limpa e renovável, contribui de forma decisiva para o desenvolvimento sustentável de Brasil e Paraguai.
Anatalicio Risden Junior é diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional