Metendo fogo no circo
Se fosse possível comparar o processo eleitoral a um circo - daqueles de segunda linha, claro, porque os de primeira costumam tomar precaução sobre todo e qualquer tipo de sinistro -, não seria equivocado dizer que ele (o circo) entrou na reta final da campanha ardendo em chamas.
E o primeiro incendiário devidamente identificado a gastar todo estoque de fósforo e querozene é o candidato pedetista Ciro Gomes, que conseguiu chamar a atenção do País todo e provocar uma série de conjecturas antes de fazer, nesta segunda-feira (26), a divulgação de um tal Manifesto à Nação, cujo conteúdo nada teve além do óbvio, ao menos para quem acompanha o processo político há bastante tempo.
"Aqueles que ousam resistir são vítimas das mais violentas campanhas de intimidação, mentira, e de operações de destruição de imagens", disparou ele nas redes sociais. "Por mais jogo sujo que pratiquem, eles não me intimidarão", ressaltou, fazendo alusão indireta aos dois oponentes que aparecem disparados na preferência popular em todas as pesquisas.
"Bolsonaro não existiria se não fosse a crise econômica e moral dos governos do PT e Lula não sobreviveria se não fossem os crimes de Bolsonaro", disparou o candidato pedetista, bem ao estilo, já conhecido de muitos espetáculos eleitorais passados.
"Minha candidatura está de pé e meu nome continua como legitima opção para livrar o País de um presente covarde e de um futuro amedrontador. Com rebeldia e esperança ainda podemos salvar a nossa Pátria. Levanta Brasil", finalizou Ciro em mais um daqueles surrados e ineficientes espetáculos do circo político que jamais produziram o efeito esperado. Mais coisas virão até quinta-feira (29), quando se encerra o horário eleitoral (nada) gratuito, mas dificilmente alguma possa influenciar o eleitorado em proporção suficiente para gerar alguma surpresa nas urnas. (Foto: Reprodução Youtube)