Não basta sermos pais
Elis Gislaine Marques Sbardelotto
Desde a tenra idade dos filhos os pais são modelos de referência para eles, que desde pequenos aprendem a se comportar reproduzindo aquilo que observam em seus genitores.
Por isso, é muito importante que esse modelo passado seja o mais saudável possível, evitando exemplos nocivos como exagerar nas bebidas alcoólicas, fumar perto das crianças, discutir problemas conjugais de forma não reservada, falar grosseiramente com os filhos, não desenvolver um bom canal de comunicação com eles, etc.
Os pais precisam estar presentes na vida dos filhos não apenas fisicamente. É importante demonstrar o quanto eles são amados também através de palavras e gestos. Em um ambiente familiar com respeito, carinho e afeição é, sem dúvida, bem mais agradável de se conviver, fortalecendo os filhos frente às influências externas.
É importante, também, que os pais fomentem a independência dos filhos desde cedo, incentivando-os a tomar banho sozinhos e escolher a roupa a vestir, por exemplo, para que eles possam ter oportunidade de amadurecimento, que será muito útil no futuro.
Estabelecer limites aos filhos é algo que os pais nunca devem deixar de fazer, porque as crianças que crescem sem regras claras podem se tornar adultos inconsequentes, ficando assim mais vulneráveis às drogas. Vale lembrar, porém, que estabelecer limites não é ser inflexível com os filhos, desrespeitar suas necessidades ou ferir as crianças verbal e fisicamente. Para impor limites temos que ser firmes e ter objetivos claros, oferecendo opções, explicando o porquê, desaprovando a conduta e não a criança e controlando a emoção (falando, não gritando).
À medida que o filho cresce e conquista liberdade, é importante também que responda pelas consequências de seus atos. Quando o filho fizer uma escolha que tiver um resultado negativo, não se deve protegê-lo dos efeitos negativos dessa atitude. Os pais devem incentivar os filhos a refletirem sobre o resultado, para que eles possam amadurecer com a experiência e ter mais cautela numa próxima decisão.
Os pais devem contribuir para que os filhos desenvolvam uma boa autoestima, reforçando sempre seus pontos positivos, valorizando o que eles fazem, dando atenção ao que eles dizem, agradecendo quando eles ajudam em alguma tarefa de casa, não desqualificando a criança na frente de outras pessoas, ao contrário, valorizando suas opiniões. Filhos com baixa autoestima são inseguros e se sentem inferiorizados.
A forte necessidade de aprovação e aceitação poderá fazer com eles enveredem para o uso de drogas, por exemplo. E quando falo "drogas" não me refiro apenas às ilícitas, mas a todas as substâncias químicas que alteram as funções do organismo vivo, resultando em mudanças fisiológicas e/ou comportamentais.
Elis Gislaine Marques Sbardelotto é formada em Psicologia Hospitalar e Orientação Vocacional, especializada em Psicologia Familiar Sistêmica e perita Avaliadora de Trânsito - CRP-08/13639 - Contato: (45) 99912-8788