Crescem quase 500% apreensões de agrotóxicos contrabandeados
O contrabando de defensivos agrícolas na fronteira dos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul com Argentina e Paraguai segue aumentando, e em números alarmantes. De acordo com balanço do BPFron (Batalhão de Fronteira), houve uma enorme disparada nas apreensões principalmente do do Paragrop e do Paraguat, este último proibido no Brasil desde setembro de 2020 por causa da "toxidade aguda, sua associação com as doença de Parkinson e seu potencial de mutagenidade".
As apreensões de agroquímicos em pó aumentaram 92% entre 2021 para 2022, de 8,8 toneladas para 17 toneladas. Já as apreensões de agroquímicos em líquido cresceram quase dez vezes, de 2.131 litros para nada menos que 23.385 litros. Na média, o aumento ficou em 470%.
MODUS OPERANDI
Sobre a logística do contrabando dessas substâncias, Luis Eduardo Beiger da Luz, policial do BPfron, destaca que ultimamente esses produtos passaram a ser transportados pelos criminosos com maior frequência pelo lago de Itaipu.
"O que antes possuía uma presença mais forte nas estradas vicinais e rodovias passou a ter presença intensa na região fluvial. Além disso, observamos uma movimentação desses produtos em toda a área de fronteira, desde a fronteira com Bernardo de Irigoyen, na Argentina, até a fronteira com Salto Del Guairá, no Paraguai, fazendo com que quadrilhas que antes se utilizavam exclusivamente do transporte de cigarros contrabandeados e drogas passassem a investir nessa modalidade para intensificar seus ganhos", disse ele. (Foto: Divulgação BPFron)