Dias melhores virão?
Considerada uma mulher de perfil discreto e não estabanado feito o de Alexandre de Moraes, tido e reconhecido como inimigo público número 1 de Jair Bolsonaro, a gaúcha Rosa Weber passa a responder a partir deste 12 de setembro pela presidência do STF (Supremo Tribunal Federal). Assume em substituição a Luiz Fux como terceira mulher a ocupar o posto, depois de Ellen Gracie (já aposentada) e Cármen Lúcia.
Mas até onde isso pode sinalizar o início de uma pacificação nas relações com o Palácio do Planalto de forma a minimizar também o ativismo político-partidário que há tempos tem permeado a mais alta corte do Judiciário brasileiro? Qualquer prognóstico nesse sentido seria temerário, pois amor e fidelidade à legalidade nunca foram característicos de períodos pré-eleitorais ditos normais, e não o serão agora que o País enfrenta a maior polarização política de sua história.
Em todo caso, a discrição e o notório saber de Rosa Weber, que têm tudo a ver com o fato de ela figurar entre os quatro únicos atuais ministros do STF com larga atuação no Poder Judiciário e não originários unicamente da excrescência representada pelo apadrinhamento político, podem sinalizar para um horizonte com céu de brigadeiro para o atual presidente da República, contanto que este também faça sua parte e deixe de atribuir à turma da toga todas as mazelas mais recentes do País.
Rosa Weber, vale ressaltar, possui longos 46 anos de atuação na magistratura, tendo começado como juíza do trabalho, presidido o Tribunal Regional Federal da 4ª Região e o Tribunal Superior do Trabalho antes de ser nomeada ministra do Supremo. (Fotos: STF e AGBR)