Tempos eleitorais - pipocas políticas (II)
J. J. Duran
Para começar nossas pipocas políticas de hoje, e antes que o sol se ponha na democracia da indo-América, é preciso deixar claro que para que o Brasil se recupere como sociedade não basta que os futuros governantes se limitem a adotar políticas econômicas e sociais capazes de devolver à força laboral a dignidade perdida.
Além disso, terão de realizar uma autêntica e profunda revolução cultural para libertar o País dos novos costumes e atitudes que o impeçam de progredir.
Esse novos costumes são o sectarismo religioso e o discurso de ódio, que tornaram o senso comum um triste desenho da confrontação, do insulto, da ameaça, da incorporação do vocábulo "inimigo" como parte substancial de toda relação.
Para tanto, é necessário evitar a repetição de ensaios míticos que tantas desventuras causaram à sociedade, como a epopeia da perseguição judiciária invocada para justificar a relação conflitiva de Jair Bolsonaro com membros do STF, que é aplaudida pelos fiéis seguidores do presidente, mas causa repulsa no cenário das relações que a Carta Magna preconiza entre os poderes da República.
Na eleição de outubro próximo é a PAZ da República que estará em jogo. PAZ que deve ser preservada, já que sem ela não existe sociedade pela falta de respeito aos pensamentos divergentes, não há educação e, pior ainda, não há futuro.
A história brasileira das duas últimas décadas é o resumo da história sociopolítica de um País baseado nas biografias verdadeiras de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro, ou seja, o resumo do confronto estéril entre dois pensamentos totalmente divergentes, mas ambos alicerçados no populismo.
São duas variantes totalmente contrapostas entre si e que, embora respeitáveis, dificultam o entendimento necessário para conduzir o País ao futuro desejado. (Fotos: Alan Santos/PR)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná