O laboratório de pesquisa e produção de insumos para diagnósticos veterinários do Tecpar irá retomar, após longo período, a produção de doses para kits de brucelose e tuberculose, um dos principais desafios sanitários para manutenção do reconhecimento do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal).

A produção foi paralisada em 2017 para que o laboratório pudesse receber as melhorias necessárias a atender às exigências sanitárias legais. Antes, entre 1989 e 2016, o Tecpar foi responsável pela produção de 87% das doses para o Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose. Em 2016, último ano de atividade, o laboratório produziu 15 milhões de doses de insumos.

"Existe esta lacuna de produção de kits de diagnóstico. Hoje, os kits usados pelos nossos produtores vêm do Uruguai e, pouca coisa, de São Paulo. Vamos retomar a produção de sete insumos", anunciou Jorge Augusto Callado, diretor-presidente do Tecpar.  "A retomada da produção é uma segurança a mais para a pecuária do Paraná. Nós precisamos estar atualizados, alinhados com quem compra os nossos produtos, pois daqui a pouco vão exigir que sejamos livres destas doenças também", reforçou Ágide Meneguette, presidente do Sistema Faep/Senar-PR.

O projeto para a incorporação da planta, na sede do Tecpar em Curitiba, já está em andamento. No dia 13 de setembro será lançado o edital para a contratação da empresa responsável pela obra, com prazo de execução de 15 meses. Para 2023 está programada a licitação dos equipamentos e contratação e treinamento dos técnicos. Em 2024, o planejamento envolve a qualificação das áreas e equipamentos, início da produção dos lotes pilotos e registo dos produtos. A produção propriamente dita começará em 2025.

Os insumos a serem produzidos pelo Tecpar incluem a Tuberculina PPD Bovina, Tuberculina PPD Aviária, Antígeno Acidificado Tamponado, Prova Lenta em tubos, Anel do Leite Ring Test, kit para diagnóstico da brucelose ovina e kit para diagnóstico da leucose bovina.

A brucelose e atuberculose são causadas por bactérias e geram um prejuízo anual aos produtores paranaenses de mais de R$ 8 milhões. A brucelose é a mais temida, pois afeta bovinos, suínos, equídeos, caprinos e ovinos. Já a brjucelose atinge apenas os bovinos. (Fotos: Reprodução)