Apostando no retrocesso
J. J. Duran
Vivemos um tempo de crise universal. A humanidade se debate angustiada entre ódios e paixões ideológicas e guerras inexplicáveis, assistindo à agonia de milhões de seres humanos sacrificados no altar da estupidez construído pelo animalismo dos chamados seres humanos.
O direito já não consegue mais submeter e ordenar fatos que agridem e deixam feridas incuráveis no meio da sociedade ordeira.
A economia parece divorciada da ética e do humanismo e a lei se resume a dar aos povos ricos o direito de enriquecerem ainda mais à custa da miséria e da fome de milhões de criaturas humanas.
Estamos contemplando um mundo que agoniza e outro que começa a nascer. Parece o fim da civilização do petróleo e o início de outra ainda mais funesta.
Nesse contexto estão inseridas nações de praticamente o mundo inteiro, que recebem os reflexos das desventuras e a elas têm que adicionar suas próprias viscissitudes, que não são poucas.
Uma crise ampla e profunda assola todos os setores, com a política sendo abalada cotidianamente desde os mais altos escalões do poder, que se desgasta no meio de um discurso monocorde e sem os fundamentais princípios da coerência.
A perplexidade levou à desorientação de muitos, que não conseguem compreender os objetivos de sucessivas agressões à democracia, nem vislumbrar no horizonte o risco de retrocesso.
Vivemos em meio a um quadro alarmante, confuso e anômalo, produzido pelo retrocesso patrocinado por uma alite que aposta no progresso apenas de si própria e no retrocesso da grande maioria. (Foto: Pixabay)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná