Mercado de lácteos: pico em julho e queda brusca em agosto
O mercado de lácteos teve mais uma valorização em julho, com alta generalizada de preços de acordo com a Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná). O valor de referência, usado como base na negociação entre produtores e indústrias, registrou alta de 17,2% para o litro de leite padrão entregue em julho e pago em agosto.
Nas últimas três semanas, no entanto, o setor recuou consecutivamente, encolhendo 10,4%. Com isso, as projeções são de que o valor de referência fique em R$ 2,8195 para o leite entregue em agosto a ser pago em setembro, conforme cenário apresentado em reunião do Conseleite.
"Para julho, tínhamos expectativas de preços recordes. Esse alta se confirmou, mas em agosto o mercado virou. Agora, estamos verificando um recuo gradativo em derivados importantes", disse o vice-presidente do Conseleite-PR, Ronei Volpi, que representa o Sistema Faep/Senar no colegiado. "Além disso, neste ano temos tido uma menor captação em relação a anos anteriores. Isso corrobora para preços mais elevados", explicou.
A interrupção na sequência de altas se deve ao desempenho de produtos como muçarela, leite UHT e queijo prato, que exercem um peso maior no cálculo do valor de referência do leite. Após terem tido alta expressiva em julho, esses derivados tiveram queda significativa em agosto: o UHT despencou 17%, o muçarela caiu 10% e o queijo prato 4,7%. "Ainda assim, esses produtos seguem com valores nominais bem acima dos registrados no início do ano", observou Volpi.
Alguns derivados que não têm comercialização tão expressiva perderam menos preço. É o caso do requeijão, que permaneceu estável; do parmesão, que recuou 1,2%; da bebida láctea, que teve queda de 1,1%; e do creme de leite, que teve queda de 2,1%. Apenas quatro itens do mix de comercialização mantiveram a alta: leite pasteurizado (2,4%), leite em pó (12,2%), doce de leite (4,2%) e iogurte (2,1%). (Foto: Divulgação Sistema Faep)