A juventude na política de hoje
J. J. Duran
O candidato que quiser conquistar os votos da nova geração de eleitores no pleito de outubro vindouro, primeiro terá que mergulhar no mundo que hoje rodeia esse universo da população. Isso porque a história já nos mostra que os valores da juventude não são eternos. E muito menos os valores políticos.
Supor que os valores que professamos em nossa juventude eram melhores que os que hoje representam os jovens é um equívoco sem cabimento diante do momento que vivemos.
A realidade pós-pandemia, os arroubos tresloucados daqueles que incitam a violência em suas conformações, a desocupação laboral, o crescente drama das drogas e a falta de um Estado que realmente represente não só a juventude, mas a sociedade como um todo, são chagas sociais que dificilmente vão convencer o eleitorado jovem.
Os programas sociais que matam a fome sem impor condições para os beneficiários aprendam uma profissão, que no Brasil vêm de longos anos e vários governos atrás, são a parte visível do fracasso da gestão pública carente de visão de futuro.
O desconcerto, a incredulidade e a rejeição a todos e a tudo que signifique perda de liberdade são feridas que permanecem abertas em um país continente cuja população está exausta das sucessivas tentativas de desprezar o seu passado fraternal.
A eleição que se aproxima é um duro sacrifício não só para os velhos lutadores dos anos 60 do século passado, mas também para os jovens de hoje, que não conseguem olhar para o horizonte e se convencer da existência de políticos realmente capazes de conduzi-los por um caminho que permita antever um futuro melhor que este presente tão repleto de contradições.
Em cada momento a História escreveu e reescreveu capítulos marcados por falhas e fatos marcantes, por isso é hora de dar um basta aos sonhos embriagados do passado. Basta de rancores e inimigos. Política também é fraternidade. (Foto: TSE)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná