Morre em SP Jô Soares, ídolo de várias gerações
A televisão, o teatro e o cinema brasileiros acabam de perder mais um de seus ícones: faleceu na madrughada desta sexta-feira (6), no Hospital Sírio Libanês (SP), aos 84 anos, o ator, diretor, escritor, humorista e entrevistador Jô Soares, reconhecidamente um dos maiores gênios da cultura brasileira e que encantou sucessivas gerações.
"Viva você, meu Bitiko, Bolota, Miudeza, Bichinho, Porcaria, Gorducho. Você é orgulho pra todo mundo que compartilhou de alguma forma a vida com você. Agradeço aos senhores Tempo e Espaço, por terem me dado a sorte de deixar nossas vidas se cruzarem. Obrigada pelas risadas de dar asma, por nossas casas do meu jeito, pelas viagens aos lugares mais chiques e mais mequetrefes, pela quantidade de filmes, que você achava uma sorte eu não lembrar pra ver de novo, e pela quantidade indecente de sorvete que a gente tomou assistindo", escreveu a ex-mulher Flávia nas redes sociais, ao tornar pública a notícia da morte.
Apesar de nascido no Rio de Janeiro, Jô Soares começou a fazer humor na Suíça, onde morou e estudou dos 12 aos 17 anos. De volta ao Brasil, estreou na televisãio em 1958 e passou pela Tupi, Record, SBT e Rede Globo, sempre com grande sucesso.
Sua vida familiar foi um tanto attribulada. Entre 1959 e 1979 ele foi casado com a atriz Therezinha Millet Austregésilo, com quem teve um filho, Rafael Soares (1964-2014), que era autista. Entre 1980 e 1983, foi casado com a atriz Silvia Bandeira, 12 anos mais nova. A partir de 1984, namorou por dois anos a atriz Claudia Raia, e depois com a também atriz Mika Lins, e em 1987 se casou com a designer gráfica Flávia Junqueira Pedras, de quem se separou em 1998.
Mesmo afastado da televisão, Jô não estava parado. Vinha escrevendo um romance policial e finalizando a montagem da peça À Meia Luz, que já tinha até estreia marcada para 9 de setembro, no Teatro Procópio Pereira. Mês passado, no entanto, foi internado com pneumonia e não resistiu. (Foto: Divulgação)