Fugas estratégicas
Mais do que senso comum, é fato concreto que a quem lidera as pesquisas de intenção de voto - ou pelo menos tem uma pontuação que lhe garanta uma passagem tranquila para um eventual segundo turno - é desinteressante participar de todos os debates que a imprensa e entidades classistas costumam promover, às vezes para facilitar a escolha do eleitor no momento de votar, às vezes com intenções nada republicanas.
Deixo ao leitor a escolha de qual dessas opções é mais apropriada para definir as decisões que vêm de ser tomadas por Jair Bolsonaro e Ratinho Junior. O primeiro cancelou sua ida à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de são Paulo) para ser sabatinado pelo empresariado, e o segundo informou que não irá ao debate que a Band de Curitiba programou para a noite deste domingo (7).
No caso de Bolsonaro, a versão que corre nos bastidores é que ele seria pressionado pela elite empresarial paulista a assinar o manifesto pela democracia articulado pela própria Fiesp e outras entidades importantes e surgido justamente dos seguidos discursos do presidente questionando o sistema eletrônico de votação.
Já no caso de Ratinho, a alegação de sua assessoria é de que ele já tinha agenda marcada para Maringá para essa data, mas seus opositores, claro, não entendem como uma reunião política no interior possa ser mais importante que um debate, sobretudo por ser o primeiro ato da campanha a mostrar ao eleitorado em geral quem são e o que pensam os candidatos ao principal cargo público do Estado.
De toda forma, sugiro que antes de tirar um veredicto o nobre leitor reflita sobre a seguinte pergunta: o que você faria se estivesse no lugar de um ou de outro? (Foto: AENPR)