Trabalhadores em cooperativas aprovam indicativo de greve
Em assembleia geral realizada ainda no último domingo (24), os trabalhadores em cooperativas do Paraná rejeitaram a proposta do sindicato patronal e aprovaram por 62% o indicativo de greve. A convenção coletiva de trabalho previa única e exclusivamente um reajuste de 3%, descontando o reajuste do ano passado e nada mais, sem nenhum benefício aos trabalhadores.
"A Ocepar tenta enganar o trabalhador que está repondo a inflação, mas coloca na convenção que os reajustes concedidos a partir de junho de 2021 serão compensados. Ou seja, descontando o reajuste do ano passado de 8,9%, o trabalhador ficaria com um aumento de 3%. Parece brincadeira, mas não é. Colocamos em votação e os trabalhadores disseram não", afirmou o presidente Mauri Viana Pereira.
Participaram da assembleia trabalhadores representados pela Fenatracoop, federação nacional da categoria, na base de representação dos sindicatos Sintracoop e Sintrascoopa. As cooperativas que não procuraram o sindicato para fazer acordo coletivo de trabalho, como a Coamo, Lar, Frimesa, Cotriguaçu e Copagril, estão dentre as empresas que terão suas atividades paralisadas.
"As cooperativas que já estão negociando acordo coletivo conosco não serão paralisadas, mas as que menosprezam o trabalhador e acha que vamos ceder facilmente para explorarem os trabalhadores, estão enganados. Vamos paralisar", revelou Mauri Viana.
A partir de agora o sindicato deve comunicar a greve com 72 horas de antecedência para iniciar o movimento paredista, contudo as entidades sindicais aguardam que nesse período as cooperativas se movimentem no sentido de negociar.
"Se nesse meio tempo as cooperativas estiverem abertas a negociarem e procurarem o sindicato, o diálogo deve prevalecer, mas as que se mostrarem intransigentes, vamos pedir aos trabalhadores que fiquem em casa. E não adianta vir negociar com a mesma proposta da Ocepar, que essa já está enterrada. Ou tragam algo de bom para o trabalhador ou verão a sua cooperativa parar", encerrou o presidente Mauri Viana. (Foto: Divulgação)