A polarização
J. J. Duran
Iluminismo, idealismo e pragmatismo são valores que a República precisa para romper o círculo vicioso e encontrar o caminho certo.
A história do século XX nos mostra o papel decisivo que têm as instituições da República, com seu senso de responsabilidade, serenidade e defesa das liberdades. Porém, tudo dentro dos limites impostos pela independência de cada um dos poderes que a formam.
Instituições da República são as regras estabelecidas e por se estabelecer constitucionalmente, impostas pela vitalidade do cumprimento das leis. Violar esse preceito significa promover as mesmas rupturas institucionais de triste lembrança da época do obscurantismo.
A indo-América como um todo vive a crise da democracia, com minorias radicais pregando o discurso do ódio e o retorno a um passado que os mais velhos tentam em vão esquecer.
O principal ativo da democracia do século XXI já não é o controle dos meios produtivos. A propriedade intelectual, o conhecimento tecnológico e a comunicação isenta de tentativas de manipular as massas são ferramentas de uso contínuo e que geram formação de opinião, amor pela liberdade e raciocínio civilizado, onde o debate se converte em pedra fundamental para dirimir diferenças.
Nesse cenário ingressaram as chamadas mídias sociais, que, amparadas no anonimato e empolgadas pela proteção temporal do descontrole informativo, produzem desvios inquietantes com suas fake news, que trocam biografias, desvirtuam perfis político-religiosos e criam um desatino mental e cultural sobre os cenáculos do poder e dos parlamentos.
Com concentração de poder e promovendo ataques descabidos, as côrtes supremas de do Brasil e de outros países são tendência exposta da busca pela privação da liberdade de pensamento, da dissidência e da tentativa de implantação de governos autoritários, que desejam a total submissão da sociedade ao poder transitório.
Dentro de tal cenário, não nos resta outra alternativa que não seja repensar nossa conduta como sociedade. (Foto Reprodução internet)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná