Dengue: o maldito mosquito se esconde onde você menos espera
Engana-se quem pensa que apenas pneus velhos, copos e outros recipientes que acumulam água da chuva servem de criadouros do mosquito da dengue. As larvas do Aedes aegypti se desenvolvem também em locais inesperados, bastando que haja algum acúmulo de água limpa.
É por isso que o setor de endemias da Prefeitura de Cascavel tem feito um verdadeiro pente-fino pela cidade, onde nos primeiros seis meses deste ano foram realizadas mais de 260 mil vistorias em residências. Nesse trabalho, focos foram encontrados em muitos vasos de flores e até calhas mal conservadas e que, por isso, acabam acumulando água.
Os imóveis são inspecionados rigorosamente para localizar e eliminar qualquer foco do mosquito, que, apesar de pequeno, pode gerar graves consequências e até levar à morte. O mais recente boletim epidemiológico, divulgado ainda na semana passada, elevou para 11.979 os casos confirmados e para 13 os óbitos provocados pela dengue na cidade.
"São atividades de extrema importância para controle da infestação do Aedes aegypti e de outros vetores, pois os agentes de endemias são profissionais treinados para identificação de locais que possam trazer risco de proliferação de vetores, bem como para levar orientação à população", destaca a gerente de Saúde Ambiental, Clair Wagner.
ENCAMINHAMENTO
Além das vistorias, os agentes também realizam o trabalho de ações de raio. Todos os pacientes com suspeita de dengue, zika ou chikungunya que são notificados pelas unidades de atendimento são informados ao setor. Uma equipe realiza a busca ativa desses pacientes, entrando em contato para confirmação do endereço e, por fim, fazer o devido encaminhamento.
"A atividade consiste em vistorias em raio de nove quarteirões do endereço (domiciliar e do trabalho) do paciente, para fiscalização, eliminação de criadouros e busca por novos pacientes na área de abrangência", explica a coordenadora endemias Ana Paula Barboza.
Após a realização das vistorias nos imóveis da atividade de raio, são feitas avaliações seguindo os seguintes critérios: quantidade de criadouros positivos para larvas de Aedes aegypti, quantidade de criadouros eliminados, se existem outros casos suspeitos ou positivos de dengue na área delimitada e total de imóveis fechados. Após essa avaliação, determina-se a necessidade de aplicação de inseticida com bomba costal motorizada, atividade denominada bloqueio de caso, que tem por objetivo eliminar os mosquitos alados da região trabalhada. (Foto: Secom/PMC)