Sucessão no campo entra na pauta das cooperativas
A sucessão rural familiar na atividade agropecuária é uma preocupação que está no radar dos produtores do mundo todo. Pois no Paraná está em curso, desde 2016, um programa que tem sido modelo para diversos países.
Trata-se do Herdeiros do Campo, criado pelo Sistema Faep/Senar-PR e que tem como foco justamente despertar na família rural a importância do planejamento sucessório na propriedade, do ponto de vista dos negócios.
Mais recentemente, o programa entrou no radar das cooperativas paranaenses, em especial as estabelecidas na região Oeste, mas passou por um período de baixa atividade por conta da pandemia e agora está voltando com tudo. A primeira delas foi a Coopavel, que lançou seu próprio programa.
Em 2021 o Herdeiros do Campo foi abraçado pela Frimesa, formada por pelas filiais Copagril, Lar, C.Vale, Copacol e Primato. E dessas todas, a C.Vale foi a primeira a participar deste processo, com 15 técnicos capacitados em 2021, que por sua vez mobilizaram duas turmas de famílias de cooperados: a primeira em outubro de 2021 e a segunda em andamento neste momento.
A Copacol (foto) também comprou a ideia e já realizou a primeira turma com 80 técnicos de campo, que mobilizaram uma turma de famílias para ser realizada ainda este ano. A Copagril treinou seus técnicos em maio deste ano e, em breve, planeja uma turma e cooperados. A Lar, por sua vez, programou uma equipe de técnicos e outras duas de familiares de cooperados.
MUDANÇA CULTURAL
Segundo a técnica Luciana Matsuguma, que acompanha o Herdeiros o Campo desde a sua criação, o desafio do programa tem sido promover uma mudança cultural no meio rural, para que a sucessão familiar não seja encarada como um tabu. "É possível transformar herdeiros em sucessores ou preparar um sucessor que pode vir até de fora da família, do mercado", avalia Luciana. "O importante é que a família sente para conversar", complementa.
"Olhar para a sucessão familiar nas propriedades é uma forma de garantir longevidade e segurança aos sistemas de produção e de integração. Isso resulta na viabilidade econômica tanto individual quanto coletiva", observa o consultor Antônio Poloni. (Foto: Divulgação Copacol)